Porto e Açores conquistam turistas
Jorge Costa, presidente do IPDT, salienta que o desejo de férias é mais visível este ano e, apesar de o Algarve ser a região preferida, com 35% de portugueses a elegê-la como destino prioritário, certo é que reduziu o seu peso (39% em 2014). Pelo contrário, o Porto, a região Norte e o Centro, ganharam pontos, tal como os Açores que registaram a maior subida homóloga. Se no ano passado apenas 1% dos inquiridos indicou o arquipélago como local de férias, este ano e depois da liberalização do mercado aéreo, a percentagem subiu para 4%.
Na Soltrópico também foi notada uma “procura mais acentuada pelos Açores, um destino procurado por aqueles que querem estar em contacto com a natureza e com uma diversidade de oferta”, refere Nuno Anjos. Porto Santo, na Madeira, também tem registado mais procura. Já a Springwater Tourism destaca que a “oferta nacional tem sempre procura, com o Algarve ainda no topo das preferências”.
Em termos globais, 75% dos inquiridos pelo IPDT que dizem ter marcado férias ficam dentro de portas, enquanto 17% optaram pela Europa.
Nas agências de viagens os destinos mais procurados no estrangeiro são as Caraíbas (República Dominicana, México e Cuba) e Cabo Verde. Estas localizações estão no topo das vendas da Top Atlântico. Nuno Anjos, da Soltrópico destaca Cabo Verde (Ilha da Boavista e Ilha do Sal), Saidia, Marrocos, Brasil, São Tomé e Príncipe e Tailândia.
Portugueses querem tudo incluído
Quando reservam, os portugueses dão prioridade às “condições e infra-estruturas, especialmente quando se tratam de famílias”, detalha. “Há um forte enfoque na relação qualidade/preço, optando por viajar até destinos que se adaptem ao seu orçamento”, continua. Quanto ao perfil, é um turista que prefere destinos de sol e mar, próximos de casa, “especialmente para famílias com crianças pequenas, com boas unidades hoteleiras que ofereçam uma variedade de serviços”. “O português tem um perfil que opta maioritariamente por regime de tudo incluído”, diz Nuno Anjos.
Por seu lado, Margarida Blattmann sublinha que o preço é o factor fundamental que rege as decisões dos clientes, “nomeadamente nos destinos de massa mais procurados”. Há, ainda, a segurança do destino.
O estudo do IPDT mostra que, em Maio, 22% dos portugueses indicaram que não iam fazer qualquer tipo de reserva de férias. “Para nós, isto está associado ao facto de terem uma segunda residência ou ficarem em casa de família ou amigos”, afirma Jorge Costa. Em 2015, há mais pessoas a pensar gozar férias no Verão (52% que compara com 50% no ano passado), mas a percentagem dos que indicam fazê-lo fora de casa diminuiu de 67% em 2014, para 47% este ano.
A idade, o rendimento e o nível de escolaridade influenciam as respostas dadas. Num outro inquérito do IPDT, feito através do Facebook e, por isso, a um público com mais apetência para o consumo de produtos turísticos, a maior parte opta por fazer férias em Portugal mas escolhe outros destinos próximos, como Espanha. “Usam preferencialmente estabelecimentos hoteleiros, optando por fazer mais períodos de férias com estadas mais curtas e acompanhados por menos pessoas”, refere o instituto.