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  • Se avançar, elevador poderá funcionar a partir de 2016
    Se avançar, elevador poderá funcionar a partir de 2016 Nelson Garrido
  • Imagem do projecto com o futuro elevador
    Imagem do projecto com o futuro elevador DR
  • Na base do pilar haverá um núcleo interpretativo da ponte
    Na base do pilar haverá um núcleo interpretativo da ponte DR

Um elevador na Ponte 25 de Abril para levar-nos a ver as vistas

Por Isabel Salema

A ideia em estudo é monumentalizar a ponte, uma das imagens mais icónicas de Lisboa. Um elevador ao nível do tabuleiro dos carros com vista para Belém e um pólo expositivo no solo para contar a história de uma ponte.

O ano 2016 pode ser aquele em que se vai poder subir de elevador na Ponte 25 de Abril, em Lisboa. O que está a ser estudado pelas Infra-Estruturas de Portugal é um elevador que chegue aos 70 metros de altura a partir da base do pilar de Alcântara, aquele que tem gravado o nome da ponte e que neste momento está parcialmente coberto com uma publicidade.

A empresa pública Infra-Estruturas de Portugal está à procura de parceiros para o projecto, inclusive para o investimento. Há muitos contactos feitos, sabe o PÚBLICO, mas a direcção de comunicação considera prematuro adiantar pormenores sobre o projecto.

Segundo uma fonte ligada ao processo, o objectivo é “criar um pólo de atracção turística e cultural, em que o elevador seria apenas uma das vertentes”. Mas a exploração do pólo e do elevador não se adequa ao perfil das Infra-Estruturas de Portugal, cuja actividade está centrada na gestão das infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, por isso seriam necessários parceiros capazes de desenvolver e gerir este novo equipamento, numa colaboração entre várias entidades.

Ao que o PÚBLICO apurou, o novo pólo da ponte pode ocupar parte do terreno livre à volta do pilar de Alcântara, um espaço generoso cujo acesso, actualmente vedado, se faz pela Av. da Índia, ao lado do Hotel Vila da Galé Ópera. O núcleo contaria a história deste monumento inaugurado em 1966, a partir do lado de Almada, pelo Presidente da República, almirante Américo Tomás, o presidente do conselho, António de Oliveira Salazar, e pelo cardeal Cerejeira, patriarca de Lisboa. Nessa altura chamava-se Ponte Salazar, em homenagem ao líder da ditadura do Estado Novo, nome alterado para o actual depois da revolução de Abril.

O desejo, aliás, é que a inauguração do pólo e do elevador seja uma espécie deParabéns a você quando passarem 50 anos sobre a inauguração da ponte, a 6 de Agosto de 2016.

O elevador, que poderá subir até à altura do tabuleiro rodoviário, como mostra a fotografia manipulada a que o PÚBLICO teve acesso, “ocuparia necessariamente um espaço reduzido”, explica a mesma fonte. A hipótese mais provável é que seja implantado do lado de Belém, tentando “esbater ao máximo a sua existência na estrutura”. Desse lado, se tudo correr conforme o previsto, ficará umas poucas dezenas de metros acima do Padrão dos Descobrimentos, que sobe até aos 56 metros. Já na outra margem, partindo de uma cota mais alta, está o Cristo-Rei, cujo elevador chega aos 82 metros de altura.

Em Março deste ano, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu o processo de classificação da Ponte 25 de Abril, cujo comprimento total ultrapassa os 3200 metros e tem uma altura máxima de 190,5 metros com as duas torres. No processo agora a ser analisado pela DGPC, a ponte é considerada uma das “obras de engenharia civil mais marcantes de Lisboa e, certamente, de Portugal”.

A direcção-geral, que começou a estudar o possibilidade de vir a classificar a ponte ainda em 2013, confirmou ao PÚBLICO que, no âmbito das comemorações do 50.º aniversário, recebeu para sua apreciação “um projecto para a construção de um elevador exterior num dos pilares da ponte”, projecto esse que aprovou a 15 de Janeiro deste ano.

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