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  • Se avançar, elevador poderá funcionar a partir de 2016
    Se avançar, elevador poderá funcionar a partir de 2016 Nelson Garrido
  • Imagem do projecto com o futuro elevador
    Imagem do projecto com o futuro elevador DR
  • Na base do pilar haverá um núcleo interpretativo da ponte
    Na base do pilar haverá um núcleo interpretativo da ponte DR

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Um elevador na Ponte 25 de Abril para levar-nos a ver as vistas

Quanto à classificação da própria ponte, nada está ainda decidido, garante a assessora de comunicação da DGPC, Maria Resende. O procedimento está na segunda fase, que corresponde ao “estudo, análise e reflexão para fundamentar uma tomada de decisão relativamente à graduação e categoria de classificação” (é nesta fase que os técnicos decidem, por exemplo, se deverá ser considerada monumento nacional).

Dúzia de projectos
No Sistema de Informação para o Património Arquitectónico (SIPA), recentemente integrado na DGPC, escreve-se que esta “é uma ponte atirantada de tipo harpa”, suspensa, feita de ferro e aço. As duas torres sustentam os cabos, que, por sua vez, sustentam os dois tabuleiros, o superior, rodoviário, com seis vias, e o inferior, para comboios, com duas vias. Os cabos amarram-se a maciços de betão nas duas margens.

Esta foi a primeira ponte a ligar as duas margens do rio Tejo junto a Lisboa, resultado de vários projectos que foram surgindo ao longo dos séculos XIX e XX. O SIPA diz que, na altura em que foi construída, era a segunda maior ponte suspensa do mundo, sendo várias as “afinidades” com a Golden Gate de São Francisco, inaugurada em 1937. Tem a mesma arquitectura e a mesma cor.

No registo do SIPA relativo à cronologia são varíadíssimos os projectos antes da adjudicação em 1962 e vê-se como a ideia de unir as duas margens do Tejo na zona de Lisboa ocupou, durante mais de um século, a imaginação de muita gente. A primeira ideia recua até 1876, ano em que Alexander Bell pantenteou o telefone e nasceu em Portugal a Caixa Geral de Depósitos. É da autoria do engenheiro Miguel Pais, que com uma ponte semelhante à de Viana do Castelo quer ligar a zona do Grilo (Beato) à do Montijo. Doze anos depois, um engenheiro americano, chamado Lye, propõe desenhar uma ponte entre Almada e a Rua do Tesouro Velho, actual Rua António Maria Cardoso, na zona do Chiado, fazendo provavelmente uma linha em direcção ao Cais do Sodré. Em 1889, o traçado proposto por dois engenheiros franceses é mais fácil de imaginar, tendo em vista a cidade actual, e faz-se entre a Rocha Conde de Óbidos e Almada, através de uma ponte de arcadas. Várias décadas depois, em 1951, o engenheiro espanhol Peña Boeuf propõe a construção de uma ponte suspensa entre Almada e o Alto de Santa Catarina.

Mas só em 1959 será criado o Gabinete da Ponte sobre o Tejo e lançado um concurso internacional. O contrato para a execução da obra foi assinado com a United States Steel Corporation em 1961. A ponte começou a ser construída no ano seguinte e foi terminada seis meses antes do previsto no início do mês de Agosto.

Ainda não é certo que o elevador esteja pronto em Agosto de 2016, a tempo do aniversário. Muita coisa está em aberto e o decisivo agora é encontrar parceiros. Quanto ao ponto de chegada do elevador, uma varanda ao nível do tabuleiro rodoviário, é provável que não cheguem a caber dez pessoas. Tudo tem de ficar bem “escondido para não causar distracções” nos condutores.

com Lucinda Canelas

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