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Torre de menagem do castelo de Beja aberta ao público

Por Carlos Dias

Em projectos, estudos, elaboração de relatórios e execução de obras foram consumidos 18 meses. A intervenção custou à autarquia cerca de meio milhão de euros.

O acesso do público à torre de menagem do castelo de Beja voltou a ser possível após as obras de recuperação realizadas no varandim que contorna a estrutura, danificado na sequência de uma derrocada que ocorreu no dia 13 de Novembro de 2014.

Apesar das garantias de segurança assumidas pela empresa especializada em intervenções neste tipo de património, a STAP - Reparação, Consolidação e Modificação de Estruturas, S.A., “as cobaias” que subiram, nesta terça-feira, os 184 degraus no interior da torre de menagem para chegar ao topo, tentaram disfarçar o medo atravessando em passo apressado a parte do varandim que sofrera a derrocada.

Foi necessário desmontar toda a estrutura, pedra a pedra, para ser de novo montada. Antes da colocação dos blocos de mármore, que no total representarão uma carga de 160 toneladas, foi necessário furar 36 cachorros (pedras que suportam o balcão) numa extensão de três metros e penetrar na alvenaria da torre de menagem 1,5 metros para colocar tubos de aço inox de alta resistência ao esforço e à corrosão.

A vistoria que o geólogo Delgado Rodrigues, investigador-coordenador do LNEC, efectuou à zona afectada pela derrocada, no final de 2014, veio confirmar que “o colapso terá tido como causa remota a instalação de elementos em ferro no interior da construção”. A corrosão que se verificou nestes elementos provocou deformações em todo o varandim e a derrocada de parte da estrutura que agora foi reinstalada com pedras novas.

Para além das obras realizadas no varandim que contorna a torre de menagem, também foi necessário intervir nos 184 degraus da escada em caracol, localizada no interior da estrutura, que passou a beneficiar de iluminação eléctrica.

Na parte superior da torre, uma vedação metálica impede que os visitantes se abeirem para o exterior da torre que tem uma altura de 40 metros.

O presidente da Câmara de Beja, João Rocha, salientou a importância de colocar a torre de menagem mais alta da Península Ibérica, à disposição das pessoas por ser um elemento decisivo na promoção turística da cidade.

A directora Regional da Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, explicou ao PÚBLICO a importância do castelo no contexto regional. “É um monumento fora do comum pelo seu simbolismo”, acentua, explicando que do alto da torre se pode observar a “maior extensão de planície do Alentejo”. Acresce ainda a sua “elegância e beleza”, assinala.

Apesar das limitações orçamentais e dos constrangimentos que impedem resposta rápidas, foi possível “actuar a tempo” de evitar novas derrocadas numa estrutura que apresentava fissuras por todo o lado e que obrigou a desmontar todo o varandim, recorda Paula Amendoeira, realçando a disponibilidade e o contributo dado pela Câmara de Beja, entidade que teve de suportar os custos da obra de recuperação, orçados em 500 mil euros.

A partir de agora a torre de menagem do castelo de Beja pode ser utilizada sem receios de novos aluimentos. João Paulo, um dos técnicos da empresa a quem foi adjudicada a recuperação da estrutura, garante que desta vez se fizeram as “burradas que foram cometidas ao longo dos séculos” nos trabalhos de manutenção realizados na torre de menagem.

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