Foi da criatividade local que nasceram os pastéis de cereja, que se parecem muito com os de nata. No posto de turismo do Fundão pode comprar estes bolos (que, quando encomendados, podem ser cozidos na hora) – e também pode adquiri-los nas pastelarias que têm o selo da câmara, que garante que aqueles são os originais. No posto pode ainda comprar doces e vinagres balsâmicos, licores e até gin. Também há chá, bombons, almofadas de caroços, cestos e bonecos.
E há ainda sabões escuros feitos de azeite e cereja. Quem os faz é Francisca Vidal, que abriu a loja Da'ki junto ao edifício da câmara do Fundão, onde vende produtos artesanais como os sabões que fabrica. À Fugas, Francisca ensina a receita para fazer o sabão de cereja. São precisos cerca de 1400 gramas de polpa da fruta e 400ml de água e 2l de azeite. "Por norma os sabões só têm seis meses de validade, mas tenho alguns com quatro anos, que foi quando comecei [a trabalhar nesta área] que estão mesmo bons", congratula-se a artesã, que é também a vendedora dos seus sabões, conhecendo as benesses para a pele de cada um deles. Tem mais de uma dezena de variedades, todos de produtos naturais. Francisca Vidal faz workshops onde ensina a fazer sabões, numa colaboração com a câmara.
Mas há outras iniciativas. Por exemplo, a autarquia convida os visitantes a provarem os "melhores sabores do Fundão, ao mesmo tempo que se conectam com a natureza". Para isso pode alugar uma cesta de piquenique com tudo a que tem direito. Por exemplo, a "cesta tradição" tem produtos regionais, queijos, enchidos e doces; também pode fazer uma cesta personalizada.
Há ainda uma sugestão para fazer um passeio pedestre que passa por Alcongosta, pelos cerejais da freguesia e pelos miradouros. É só seguir o mapa.
A cereja, assim como a marca "Cereja do Fundão" – que os produtores autorizados podem usar – tem tido um enorme investimento por parte da câmara que desenhou uma estratégia nacional e internacional para a promover. A Feira do Livro de Madrid será presenteada com cerejas da Cova da Beira.
Os produtores começam a trabalhar no início de Maio, mas o pico da apanha da cereja é em Junho. A plantação começou há mais de cem anos e, embora a cerejeira seja uma árvore frágil, dá-se bem entre as serras da Gardunha e da Estrela, onde existem cerca de duas dezenas de variedades diferentes, das autóctones, que são mais miudinhas, às de origem espanhola ou canadiana, que são maiores e mais carnudas.
A Fugas viajou a convite da Câmara Municipal do Fundão