O Talho de Kiko, repartir a carne e o mundo
Kiko Martins, 35 anos, começou por se licenciar em Gestão e Marketing, mas trocou as voltas à família ao partir para Paris para frequentar a Escola de Cozinha Cordon Bleu. Após finalizar o curso, trabalhou em vários restaurantes de alta cozinha (como o Ledoyan, na capital francesa, ou no Eleven, em Lisboa) e teve um espaço próprio, que não deixou grande história. Contudo, em 2010, depois de um ano de voluntariado em Moçambique, o chef Kiko partiu com a mulher numa grande viagem. Durante um ano percorreram 26 países, pernoitando e comendo, boa parte do tempo, em casas particulares. “Queríamos estar em família, à mesa. Porque a comida, mais do que um simples acto biológico, existe para criarmos relações com os outros”, escreve Martins em Comer o Mundo, o livro que resultou desta viagem e que foi escrito em parceria com a sua mulher, Maria. Desde os tempos dos churrascos familiares no Rio de Janeiro, Brasil, onde nasceu, que a carne sempre fez parte da sua dieta alimentar. Contudo, a ideia de criar um espaço com esta temática deu-se apenas quando comprava carne para o filho e viu como a mesma fora mal tratada. Resolveu então visitar vários estabelecimentos de Lisboa e percebeu que havia espaço para pôr em prática um projecto diferente: “Um talho com cozinha, dedicado ao conhecimento e aperfeiçoamento gastronómico da carne”, onde pudesse aplicar a sua filosofia de partilha e a paixão pelas gastronomias do mundo, aprofundada durante a viagem. Assim nasceu O Talho – Parte e Reparte, “um lugar onde se investiga, testa, cria e descobre novas formas de saborear e cozinhar a carne”. Na cozinha laboratório, a equipa cria produtos que se podem encontrar no talho ou degustados à mesa no restaurante.
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