A moda dos concursos e consequente escolha de “o melhor” chegou também à pastelaria e são dois os concursos que anualmente se têm realizado para esse efeito. Para a Associação do Comércio e da Industria de Panificação (ACIP), trata-se da escolha d’ “O Melhor Bolo-Rei de Portugal”, enquanto que para a Qualifica, que envolve a Associação Nacional de Municípios e associações de produtores na defesa dos produtos tradicionais, se trata, por sua vez, do “Concurso Nacional do Bolo-Rei Tradicional”.
Além do bolo-rei tradicional, os dois concursos avaliam também o bolo-rainha, que prescinde das frutas cristalizadas em favor dos frutos secos — o que encarece a produção, e o bolo-rei escangalhado, uma variedade com origem na zona de Braga mas que se vai espalhando um pouco de Norte para Sul, e cuja autoria levou já até a uma acesa disputa judicial. Neste caso, o que muda é essencialmente o formato, com o acrescento de fios de chila e de creme pasteleiro.
Apesar de promovido pela associação das indústrias do sector, o concurso da ACIP é aberto a todos os fabricantes independentemente da condição de sócio, o que explica a sua grande abrangência. A prova, que decorreu em Tentúgal, na zona Centro, em finais de Novembro, contou com mais de duas centenas de concorrentes de todo o país. O júri, constituído à base de docentes e formadores da escola de Hotelaria de Coimbra, avaliou as vertentes de aspecto, aroma, textura e sabor, para chegar ao veredicto final.
Para lá da grande participação e da abrangência nacional do concurso, o presidente da ACIP, José Francisco Silva, destaca o crescente grau de qualidade que se nota a cada ano. “Nota-se a multiplicidade de pequenos e microprodutores que percebem que não é pelo preço que podem competir com a grande distribuição e apostam na qualidade. A qualidade média tem subido de forma evidente e este é também um bom sinal para a nossa gastronomia”, constata o líder da associação.
Por parte da Qualifica, reivindica-se a rigorosa obediência às receitas da tradição, tendo os candidatos que apresentar as respectivas fichas técnicas e descritivas dos produtos para que possam ser admitidos a concurso. “Não são admitidas decorações fantasiosas ou a utilização de produtos que não sejam os da nossa tradição”, explica a responsável da Qualifica, Ana Soeiro, que dá como exemplo o recurso a frutas exóticas, a castanha de caju ou o ananás de conserva.
Exigências que podem explicar as poucas dezenas de produtos que este ano foram levadas à apreciação de um júri ecléctico que junta docentes investigadores com representantes de confrarias e da grande distribuição. O concurso decorreu já neste mês em Santarém, no Centro Nacional de Exposições.
O MELHOR BOLO-REI DE PORTUGAL
Bolo-rei: Confeitaria 3 Condes
Rua Araújo, 1266 | 4465 Leça do Balio
Bolo-rainha: Pastelaria Palmeira
Rua da Sofia, 13/17 | 3000 – Coimbra
Bolo-rei escangalhado: Confeitaria Rainha I
Lg. Dr. Ângelo Miranda, 17 | 4540 Arouca
CONCURSO NACIONAL DO BOLO-REI TRADICIONAL
Bolo-rei: Flor de Aveiro
Estrada de São Bernardo, 93 | 3810-175 Aveiro
Bolo-rainha:
A Pousadinha
Estrada Nacional 111 | 3140-536 Tentúgal
Rua Luciano Cordeiro, 76, (Estefânia) | 1150-216 Lisboa
Pastelaria Briosa
Lg. da Portagem, 5 | 3000 Coimbra
Bolo-rei escangalhado
Atelier Doce | Largo da Escola, 2, Casal do Amado | 2460-196 Alfeizerão