Fugas - restaurantes e bares

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Na cidade das tripas, há cada vez mais soluções para vegetarianos

Essa é a mesma lógica que diz transportar para o Cultura dos Sabores que, tendo a missão de contribuir para “uma melhoria dos hábitos alimentares da população”, não abdica da ideia de que “comer é também um prazer”. Na cidade das tripas e das francesinhas é necessário “treinar o paladar”. É por isso que o menu inclui, à imagem do que acontece noutros restaurantes vegetarianos e noutros que não o são, pratos típicos adaptados, como é o caso da francesinha vegetariana, o tofu à bráz ou a feijoada de pleurotus, que simula as tripas à moda do Porto.              

Para Vítor Neves, actualmente a oferta é grande. Acredita que se tornou mais fácil para os vegetarianos e veganos da zona do Porto ter acesso a produtos ou a restaurantes, “que cada vez são mais variados”, diz.

A oferta é, de facto, mais diversificada. Há restaurantes onde se pode optar por uma refeição mais requintada, espaços onde se pode ir apenas lanchar ou espaços mais descontraídos que misturam conceitos.

Hambúrgueres e música

A Black Mamba - Burgers & Records é um desses exemplos. É uma hamburgueria vegana, mas é também uma loja de discos dedicada às sonoridades mais extremas do rock. À partida não há qualquer tipo de ligação, mas para Pedro Agra, que co-fundou o espaço com Tucaiana Lobato, faz todo o sentido. Foi precisamente essa ligação com a música que o fez chegar a vegano. Há uma vertente do punk e do hardcore, derivações do rock das quais é adepto, que tem uma mensagem muito vincada relativamente às questões dos direitos dos animais e do desperdício de recursos. Consciente dessa realidade, há dez anos que se tornou vegetariano. De uma “forma gradual e natural”, tornou-se vegano há cinco. Como explica, um vegano, ao contrário de um vegetariano, não consome qualquer produto de origem animal, seja ele alimentar ou de outra natureza.

Na altura em que fez essa transição, como refere, era muito mais complicado encontrar espaços no Porto que dessem resposta aos seus hábitos alimentares. Um lugar-comum “era ir a um restaurante e como prato vegetariano o melhor que se arranjava era uma sopa”, diz. Actualmente, diz não existir esse problema e “felizmente estamos mais bem servidos”, afirma. Na sua opinião, para isso terão contribuído alguns fenómenos “de moda” despoletados por figuras públicas. O que para Pedro não é inconveniente nenhum, porque de certa forma terá ajudado no crescimento da oferta.

Comum a muitos dos espaços desta natureza é a ligação dos proprietários com a causa. Conscientes de que é um negócio, em primeira análise, o que os motivou a seguir com os projectos foi a ligação que já tinham com o estilo de vida.

No caso de Maria da Graça Silva, uma das responsáveis pelo Oriente no Porto, perto da Cordoaria, a sua motivação é espiritual. O restaurante aberto há 19 anos na Associação Hare Krishna do Porto tem por trás uma ligação a esta filosofia oriental. Ligação que foi criada pela responsável pelo espaço há 30 anos, quando tinha 13. Quando era adolescente, a mãe de Maria conheceu algumas pessoas com alguma conexão às filosofias orientais. Essa relação, aliada a alguns problemas de saúde, levaram-na a optar por uma mudança nos hábitos alimentares. Desde então assume essa direcção apenas como parte de um todo, enquadrada na filosofia que segue. Apesar dessa relação espiritual associada ao espaço, o restaurante é aberto ao público no geral.

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