Fugas - restaurantes e bares

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O Porto que sai à noite também gosta de poesia e karaoke

Por André Vieira

Todos os meses abrem novos espaços de diversão nocturna no Porto. Experimentam-se conceitos, repetem-se fórmulas vencedoras ou importam-se modelos. No meio desse fervilhar de novidades, há casas históricas que resistem década após década. Fomos à procura do segredo desta longevidade.

“Há quantos anos conhecia este bar? Há quantos anos se sentava ao balcão do Bonaparte, a horas desiguais da noite, depois do crepúsculo, diante do mar da Foz? Há quantos anos conhecia Jorge Alonso, o dono do bar? Quantas vezes Alonso o amparou até à porta e, com o braço estendido, lhe mostrou o lugar onde estacionara o carro, junto do separador relvado a meio da Rua do Brasil?” As perguntas são dirigidas a Jaime Ramos, detective, nascido e criado no Porto, pelo menos na cabeça de Francisco José Viegas, que escreveu estas linhas no livro Longe de Manaus, de 2005. Anos antes, Jaime Ramos já teria sido chamado ao bar do amigo Jorge Alonso para desvendar o crime da morte de um jogador de futebol assassinado no pub irlandês. O bar é frequentado pelo detective, no livro Morte no Estádio, de 1991, e em toda a saga idealizada por Viegas. É o Bonaparte na Foz, virado para o mar, que está no 130 da Avenida Brasil desde 1977 e serviu de inspiração para o autor.

É dia da semana. Ainda não são 22h quando contornamos os separadores das obras em curso no passeio da avenida para chegar à porta do “Bona”. Costuma estar lá uma esplanada, agora guardada até que o cimento do passeio volte a ganhar a firmeza suficiente para aguentar o peso das mesas. Lá dentro, no piso de baixo, frente a frente, nas mesas que mais parecem cabines de uma locomotiva, há grupos que entre cervejas trocam dois dedos de conversa. Um pequeno caracol de degraus leva-nos ao piso de cima, onde durante anos também se serviam jantares a artistas, políticos, jornalistas, gente do futebol e à vizinhança do “bairro”, composta também por estrangeiros que trabalhavam no Porto.

Hoje já não se servem jantares. É agora a continuação do bar decorado com antiguidades coleccionadas por Klaus Teichgräber, que criou o espaço. Sim, Klaus é Jorge Alonso, confidente de Jaime Ramos, do bar onde o futebolista de Viegas foi encontrado morto. As luzes estão baixas, mas não sombrias ao nível dos contornos sórdidos da ficção. Tem o ambiente ideal para “se estar”, diz Pedro Teichgräber, que com a irmã Cláudia Teichgräber está “à frente” do bar desde que o pai faleceu, em 2013.

“É uma herança pesada” preservar a identidade de um espaço que se cruzou com a história da cidade e do país no último quarto do século XX. “Muita coisa se decidiu dentro do Bonaparte”, diz Pedro, que nasceu dois anos depois do bar abrir. Não tem memórias dessa altura, mas ficou com as que o pai lhe passou: “A classe política vinha cá regularmente. O Sá Carneiro e outros fundadores do PSD ou membros de outros partidos reuniam-se nas nossas mesas”.

Continua a ser um espaço frequentado pelos mesmos públicos, mas que pertencem a uma “geração mais fresca e menos pesada”, alguns de segundas ou terceiras gerações dos clientes “originais”. “Quanto menos mexermos melhor, senão estraga-se”, é assim que justifica a longevidade do pub.

Cave feita de poesia

É segunda-feira de uma outra semana. Corremos para fugir da chuva sem patinar no paralelo do Porto velho de Miragaia para chegar ao Pinguim. São quase onze da noite em dia de descer à cave. Há poesia, neste dia e desde há 30 anos. Começa impreterivelmente às horas que Rui Spranger quiser, ali entre as 23h e as 23h30. O actor continua o legado iniciado por Joaquim Castro Caldas (1956-2008), poeta e crítico literário, que pediu a cave do Pinguim emprestada ao primeiro dono, Luís Carlos, para começar as noites de poesia, que desde essa altura acontecem religiosamente todas as semanas.   

Há um feixe de luz apontado para Spranger. “Bom, diz ele. Dia!, diz ela. Vamos?, diz ele. Não!, diz ela. Que há?, diz ele. Nada!, diz ela. Então, diz ele. Adeus!, diz ela”, poema de Alexandre O’Neill dito pelo actor que dá início à noite que conduz para cerca de três dezenas de pessoas que até à 1h também vão participando.

Os poemas ditos de Cesariny, António Gedeão, Manuel António Pina, Rui Zink, Bocage e Adília Lopes, estes últimos a arrancarem algumas gargalhadas, são intercalados pela guitarra e voz de Rui David, que forma parelha com Spranger. “Era uma casa muito engraçada, novinha em folha, bela empreitada, o banco empresta, sem garantia, corria bem, até que um dia... O infortúnio, o desemprego, batem à porta, casa no prego. Na economia, um trambolhão, manda as empresas, para o Paquistão” — poema cantado, acompanhado por alguns presentes que conhecem o original que conta a história da “bolha da especulação que rebentaria na nossa mão”.

A subir e a descer as escadas está Manuel Sena Esteves. É o Manuel, o mesmo que, desde que o bar abriu, em 1987, no número 65 da Rua de Belomonte, já o fazia quando Castro Caldas tomava conta destas noites. Tinha 16 anos quando lá começou a trabalhar, mas já conhecia a casa antes mesmo de abrir, em 1985/1986, quando o Pinguim já se constituía mas ainda não tinha as portas abertas. Um dia, quando desceu à cave “para levar umas bebidas”, estava a sala “à pinha” com “o Joaquim (Castro Caldas) a dizer um poema deitado no chão”. De repente, fez-se silêncio, conta, e há uma pausa dramática: “Quando olhei, estava a dormir ferrado no chão. Dei-lhe um toque com o calcanhar. Acordou e continuou o poema exactamente do mesmo sítio onde tinha parado. Ninguém reparou.” Histórias como estas diz ter muitas. Não está há 30 anos seguidos no bar — entre 1997 e 2013 esteve “noutras andanças” — mas diz conhecer até “algumas manchas que estão nas mesas”. Mesas de pedra e ferro, que estão lá desde o início, “sólidas como os clientes do Pinguim”.

As noites de poesia nem sempre foram à segunda-feira. Quando Paulo Pires, o terceiro e actual dono, se tornou proprietário do bar, em 1999, passou-as para as quartas e depois para as quintas. Numa fase em que Castro Caldas adoeceu foram outros que o foram substituindo. Passou por lá Pedro Lamares, Cristina Bacelar e Rui Spranger, que até hoje é o anfitrião. Em 2008, quando Castro Caldas faleceu, em jeito de homenagem devolveu-as às segundas-feiras.

Fora da cave, o bar também está cheio. Há várias gerações. Paulo, que mesmo antes de passar da Gesto, bar de que era dono, para o Pinguim já frequentava o espaço, diz-nos que “sempre houve muita gente da comunidade artística dentro dos clientes regulares”. Nesse aspecto pouco se alterou: “Na sua essência continua tudo muito parecido ao que era dantes.” É assim que querem continuar, “fiéis às raízes”, como bar que privilegia o contacto com os clientes. “É por isso que não temos lista. Quem cá vem é obrigado a falar connosco”, diz Paulo, que admite gostar de conversar. A maior prova que lhe foi dada de que mantém o mesmo espírito aconteceu há pouco tempo. “O Luís e a Fernanda (fundadores), desde que de cá saíram, nunca mais cá voltaram”, conta. “Diziam que não conseguiam.” Partilha connosco que, recentemente, Luís apareceu por lá um dia: “Antes de ir embora falou comigo e disse-me que o bar ainda cheirava ao Pinguim dos tempos dele.”       

Tasca moderna dos anos 80

Damos um salto até à Baixa em direcção ao Pipa Velha. Desde 1981, diz no letreiro. À entrada está o piano que guarda aquele lugar desde que ali pousou, há uns largos anos. Nas paredes de pedra há cartazes da programação antiga das salas de espectáculo da cidade. Lá dentro, estão o Hendrix, o Nick Cave, o Leonard Cohen, o Iggy Pop ou o Lou Reed, mas também na parede, pintados em telas.

Pouco passa da uma da manhã e há poucas mesas livres. A selecção musical é a do costume. Vai de PJ Harvey e Coctaeu Twins a Nick Cave. Não é espaço para dançar, mas há quem fique de pé a bater o sapato, encostado ao bar.

Eurico Rocha anda de um lado para o outro. É o dono do bar fundado pelo pai, de quem herdou também o nome. Não pára, como sempre, mas é obrigado a ir parando. Do balcão para o jardim há alguém que encontra que acabou de entrar. Pára para cumprimentar, mais uma vez e mais outra. “Continuamos a ser uma casa familiar”, diz-nos, já com os braços pousados numa das pipas que servem de mesa. Dá para relaxar um pouco, agora.

“Seguimos a mesma linha do início”; o discurso é muito semelhante ao que nos foi dito em todos os outros bares por onde passamos, que preservam a identidade inicial. “Quando o meu pai abriu o bar queria que fosse uma tasca moderna onde se pudesse comer, beber e conversar”, recorda. E é “exactamente assim” que diz que continua a ser. Até há cerca de meia década não havia mais do que o Pipa na Rua das Oliveiras. “Há 35 anos um bar era confundido com bar de alterne”, diz. Entretanto, as coisas foram mudando. Basta pôr um pé fora do espaço para dar de caras com o movimento que há na rua e com o número de bares que ali existem agora.

Ali perto está o Teatro Carlos Alberto (TeCA) e também por isso o Pipa Velha sempre foi frequentado por gente do teatro. Nos primeiros anos do Fantasporto, quando ainda estava no TeCA, algumas das recepções aos artistas eram feitas lá. Continua a ser um espaço frequentado por actores e artistas no geral e também por políticos. “Se tivéssemos registado em imagem as pessoas que passaram por aqui e os momentos que aconteceram não chegava uma parede para afixar toda a história”, conta. Para Eurico não é fácil descrever o bar que é também a sua “vida”. Acontece o mesmo que sucede quando se fala de um filho a outra pessoa, “há o risco de não se conseguir manter a distância”. Do número 75 das Oliveiras foi vendo todos os outros bares surgirem à volta. O Pipa Velha “mantém-se discreto, preservando a identidade”, coleccionando tertúlias que se vão “arrastando noite dentro” nas mesas do bar entre um copo de vinho e um chouriço assado.

A Boavista é um Labirintho

Numa sala do 334 da Rua Nossa Senhora de Fátima, na Boavista, jogam-se dardos. Os alvos estão encostados a uma parede que já serviu de suporte para exposições. A sala é uma das antigas divisões da galeria que existia no Labirintho, de portas abertas desde 1987, que agora é uma sala de jogos, uma das novidades de um bar mítico da noite cultural portuense, que, após um período de indefinição, procura recuperar, há meia década, a identidade dos primeiros anos.

Em 2009, o bar fundado por José Carlos Tinoco, arquitecto e uma figura conhecida da noite, rádio e cultura feitas no Porto, dono do prédio, reinventou-se e tentou seguir uma nova linha, numa aposta mais alargada que misturava vários conceitos. Vasco Mesquita, que foi funcionário da casa durante “muitos anos” e explora o espaço desde 2012, explica que após esse período “que correu menos bem” o passo lógico a seguir foi voltar atrás. Continua-se a dar destaque ao jazz, às quintas-feiras, nas noites de jam session, e à música ao vivo, alturas em que, de acordo com Vasco, o espaço se enche de gente. O mesmo diz acontecer aos fins-de-semana.

É um dia da semana. A noite está mais tranquila. A música, no volume ideal para se poder conversar, vai de Smashing Pumpkins a Pearl Jam. Fala connosco enquanto se prepara para jogar uma partida de dardos com dois amigos da casa: “Os amigos estão sempre cá e os clientes que ainda não são acabam por tornar-se amigos.” A decoração do espaço continua muito parecida com a original — os tons de azul e branco das paredes e o creme dos bancos e sofás — dos tempos iniciais. “Houve um esforço para recuperar a mesma imagem”, diz-nos.

O Labirintho está agora isolado na Boavista, longe do centro da diversão nocturna da Invicta, mas há uns largos anos tinha como vizinhos o Griffon’s, o Swing ou o Triplex, também de José Carlos Tinoco. Seria mais fácil abrir uma casa na Baixa, mas não é esse o objectivo: “Queremos continuar como sempre fomos durante muitos anos, sendo agora também uma alternativa para quem procura fugir da agitação da Baixa”.

O karaoke nasceu aqui

Bola de espelhos a girar no tecto, clássicos de hard rock como som de fundo, a maquinaria está montada no palco. Tudo preparado para começar o karaoke no Pixote Bar. É quarta-feira, noite da mulher, e lá fora chove torrencialmente. “Quando é assim nunca se sabe com o que se pode contar”, diz Luís Campos, há 19 anos dono do bar fundado em 1986 por Tony Moura.

É quase meia-noite e já há vários grupos a compor a casa. Folheia-se a lista das músicas à procura da escolha perfeita no meio das centenas disponíveis. Enquanto isso, Alberto Pereira, o animador da noite, dá o primeiro passo e arranca a cantoria. Há quem se aventure num Eros Ramazzotti, quem suba ao palco em grupo para cantar música brasileira e quem procure os caminhos mais apertados dos Doors.   

 Nem sempre foi o karaoke a imagem de marca do Pixote, ainda que há muitos anos o seja. A trabalhar há 20 anos no bar, desde os 16, João Oliveira recorda que por lá passaram as bandas mais conhecidas do rock mais pesado da Invicta. O Pixote começou como casa de música ao vivo, explica Luís. Mas já tem karaoke há 25 anos. Foi Carlos Alberto, conhecido por Kikas, hoje com 83 anos, “um pioneiro do karaoke”, que o levou para o espaço: “Segundo o que ele diz, este foi o primeiro sítio do país a ter karaoke.” Foi uma receita de sucesso e por isso continua a ser a imagem de marca do bar: “Muitos dos clientes são hoje figuras conhecidas do panorama artístico nacional”, conta. 

Ao bar não chegam só grupos. Há quem chegue sozinho, “clientes assíduos”, que fazem parte da “mobília da casa”. Nas paredes há fotografias que espelham o lado mais familiar que ali se vive. “É isso que segura o bar”, diz Luís, que admite ser uma desvantagem estar fora do “centro onde se passa tudo”. O Pixote está no Campo Alegre Business Centre, sítio onde a oferta não abunda. Mas é a especificidade do bar que o torna atractivo para o público que o procura e que lá vai porque “quer cantar e divertir-se”.

Ao leme do barco

Estamos do outro lado da circunvalação, em Leça da Palmeira. É quinta-feira, a última do mês. Chegamos ao Largo do Castelo, frente ao número 13. Mal nos aproximamos, António Cruz, que prefere que lhe chamem Tó Mané, abre-nos a porta. Estamos dentro de um barco, em terra, vazio ainda. Na verdade não é bem um barco, mas é feito com alguns pedaços de um que naufragou em Matosinhos. E tem um leme, que por acaso até é desse que afundou, e toda a configuração se assemelha a uma embarcação. Estamos no Batô, numa das míticas Noites do Baú, da discoteca que abriu a escotilha em 1971, a mais antiga do Grande Porto ainda em actividade. 

Ainda é cedo, a noite só começa às 23h. Faltam uns cinco minutos. Tó Mané já trabalha na noite há uns anos largos. À frente do Batô está há seis. Ainda assim, e depois de tantos anos, não consegue esconder o nervoso miudinho dos minutos de expectativa à espera dos primeiros clientes. Enquanto isso, vai-se preparando o bar e vai dando as indicações aos funcionários que vão chegando.

Está com 50 anos, mais de metade a frequentar o Batô: “Lembro-me de muitas vezes ter que me esconder na cozinha quando vinham cá inspecções por não ter idade para cá estar.” O que mudou desde essa altura? “Rigorosamente nada, felizmente”, diz-nos. O espaço, “à excepção de um dos bares” está “exactamente igual”. A música “também continua a mesma”, o ambiente “foi-se renovando”, mas diz ser muito semelhante: “Torna-se engraçado é encontrar aqui já avós e netos.”

Sem darmos conta o espaço encheu-se. É ambiente mais adulto e mais revivalista. “As Noites do Baú são mesmo para isto, para recordar”, explica. Ao fim-de-semana a playlist continua no rock, nestas últimas quintas-feiras do mês mais focada nos anos 1970 e 80.  Dança-se ao som de Rolling Stones, U2, Led Zeppelin, Blondie, Bowie e outros da mesma altura. Jorge Vieira, DJ de serviço da noite, um dos quatro residentes, há 20 anos na casa, explica que “de vez em quando” já escolhe umas músicas dos anos 1990: “Para a geração que está a chegar aos 40 anos já são clássicos da juventude.”    

Frente a uma das portas de emergência, encostado a um dos bares está um homem de fato preto e cabelo rapado, que desde o início da noite não sai de lá. “As noites são sempre assim tão animadas?”, perguntamos. A resposta é positiva, mais do que isso diz-nos que costuma ainda estar mais gente: “Às vezes só se consegue mexer os olhos.” “Ao fim-de-semana também é assim?”, continuamos as perguntas. Responde-nos que sim. “Já trabalha aqui há muito tempo como segurança?” — a resposta não foi a que esperávamos. “Não estou a trabalhar. Sou amigo do Tó Mané e venho cá sempre. Este lugar, neste canto, ninguém mo tira. É aqui que gosto de ficar.”

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