Os cachorrinhos são uma perdição e apetece mesmo trazer um. A Quinta da Marchanta faz criação de labrador e de jack russel terrier; em breve vai começar a fazer de chihuahua e branco alemão. E tem também criação de cavalos lusitanos, com o ferro da coudelaria Sousa Vinagre. Graça Vinagre orgulha-se de ter um cavalo a tourear em Espanha e que "é o melhor", assegura.
Passar o dia a cavalo
O programa que a Quinta da Marchanta propõe fazer é aprender a montar, relembrar o que se aprendeu em pequeno ou melhorar a postura em cima do cavalo. A quinta não é um centro hípico, mas um espaço onde se aprende com tempo, explica César Lérias, que é cavaleiro profi ssional.
No fim-de-semana, toda a família pode fazer uma aula onde aprende a limpar, aparelhar e as regras de segurança a ter com o cavalo e, claro, a montar. A esta actividade, Graça Vinagre chama-lhe um "estágio" que pode durar um dia, uma semana ou o tempo que se quiser.
A Quinta da Marchanta tem ainda um protocolo com a Quinta do Pilar, na Azambuja, para fazer passeios a cavalo pela região. São os chamados "passeios em estrela": sai-se da quinta em direcção a um lugar e regressa-se à noite à Marchanta para, no dia seguinte, retomar o passeio a cavalo no ponto onde se ficou no dia anterior.
Na cavalariça estão só os cavalos; os poldros andam à solta na quinta, separados por uma cerca e um portão de ferro e as éguas estão noutras pastagens. Até aos três anos, os animais estão em liberdade, no campo; a partir dessa idade são fechados na cocheira para começar o "trabalho de desbaste", explica César Lérias, vestido a preceito para cavalgar. Apesar de verem pessoas constantemente, os poldros, com pouco mais de um ano, fogem assustados quando as crianças ou os cães correm em direcção a eles. Aos três anos começam a aceitar o contacto, o colocar da sela, mas tudo isto pode levar um ano a ser feito; aos quatro anos começam a ser ensinados.
"O cavalo lusitano é dos mais antigos do mundo. É como o português, é versátil! Faz um bocadinho de tudo, serve para lazer, para ensino, para dressage [disciplina equestre em que o cavalo dança] e para toureio, é um animal que na guerra dava a vida pelo cavaleiro e no toureio é igual", descreve com entusiasmo César Lérias.
E para quem tem medo de cavalos, o proprietário desdramatiza: "O cavalo é herbívoro, portanto 99 por cento das suas reacções são de fuga e não de defesa". É um facto: mesmo aqueles que têm medo de saltar para cima de um cavalo, perderão todo o receio quando virem Preto, corpulento, a dar a volta ao picadeiro, com toda a calma, habituado que está a ser uma estrela, a ser o cartão de visita da Quinta da Marchanta. E aí sim, todos quererão aprender a montar.
Como ir
No Porto, entrar na A1 e sair para Santarém. Entrar na N114 e seguir em direcção ao Cartaxo, atravessar a vila e seguir as setas que dizem Porto de Muge e Valada, à saída de Porto de Muge. A partir de Lisboa, deve também apanhar a A1, em direcção a Norte. Saia na saída que diz Carregado, siga em direcção a Valada. A Quinta da Marchanta fica entre Porto de Muge e Valada, logo à saída de Porto de Muge, do lado esquerdo da estrada.