Noutras nem encontra hotéis nem turistas e a elas só pode aceder num 4x4. Zanzibar "à la carte", é o melhor que tem a fazer. Sirva-se você mesmo.
O cheiro do cravinho
Telim Ben Issa chegou das ilhas Maurícias com um punhado de cravos-da-Índia. Desembarcado em Zanzibar, obteve uma concessão de terreno e plantou duzentas sementes, que tiveram um efeito surpreendente.
A excelente adaptação do cravinho aos solos de Zanzibar, a beleza das suas árvores e o seu agradável cheiro, que perfumava as ruas da ilha, convenceram os sultões. Um deles, Said Bargash, aumentou as plantações do cravinho com mais um punhado de sementes vindas das Molucas.
Em 1872, um daqueles ciclones que varre este mundo e o outro destruiu por completo a ilha e a sua paisagem totalmente verde. Bargash, mais uma vez ele, teimoso e convicto da beleza e dos rendimentos (seria melhor dizer: beleza de rendimentos), decidiu replantar a ilha de cravinhos. Milhares de plantas foram compradas e plantadas em Zanzibar, que voltou a adquirir o verde e os proveitos, pois o cravinho era a sua principal mercadoria para exportação.
O cravinho, com muitas outras especiarias, sem as quais ninguém morreria de fome na Europa, foi outra das razões a fazer com que o relacionamento entre europeus e africanos fosse quase sempre extremamente belicoso. As Molucas, na Indonésia oriental, eram conhecidas como as ilhas das especiarias e por elas portugueses, espanhóis, ingleses e holandeses lutaram em nome do aroma e da opulência. O que justifica essa rota das especiarias, essa procura obstinada e desproporcionada, se as especiarias nem sequer eram fisiologicamente ou psicologicamente viciantes? O mistério das suas origens e o estatuto valorizado de quem as consumia é a resposta certa. Nunca se tratou de uma questão de necessidade, muito embora por ela se tenham travado muitas guerras e Zanzibar não tenha sido excepção, mas sim uma questão de vaidade.
Pura vaidade. Era uma questão de procura; de procura de prestígio.
Euros sem problemas, Cuidado com os dólares
À semelhança de muitos outros países africanos, a Tanzânia exige cuidados que vão para além da obrigatória profilaxia da malária e de outras preocupações sanitárias, como a vacina da febre amarela. O dinheiro, ou a falta dele, pode ser mesmo um problema num país com uma insuficiente rede bancária. A utilização do dinheiro de plástico não está banalizada, pelo que o mais indicado é que leve consigo alguns dólares ou euros.
Caso opte pela moeda norteamericana, o melhor é ter cuidado. Na Tanzânia, como em outros países do continente, não existem máquinas suficientemente desenvoltas para discernir entre um dólar falso e outro verdadeiro, o que faz com que os tanzanianos privilegiem as notas de edição mais recente e desvalorizem as mais antigas. Estas últimas são cambiadas a um valor mais baixo que os dólares mais recentes, por oferecerem margens menores de segurança e assim serem falsificadas mais frequentemente.
Ora, há um factor distintivo que o leitor terá de ter em conta. Peça no seu banco ou na loja de câmbios, caso faça questão de utilizar esta moeda, dólares de cabeça grande.