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    Jungle Island - As crianças ficam encantadas com toda a fauna, no caso um pequeno pinguim Nuno Ferreira Santos
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    Jungle Island - A lambidela de despedida de um tigre branco Nuno Ferreira Santos

A Florida é um imenso parque de diversões

Por Sandra Silva Costa

Jogámos "quidditch" com Harry Potter, saltámos com o Homem-Aranha, encharcámo-nos no Parque Jurássico e vivemos um pesadelo na cabeça de Homer Simpson... É que, Disneys à parte, há muita mais diversão pela Florida. Do parque da Universal ao Sea World, de uma quinta de aligátores pelos Everglades a uma ilha da selva. Até tivemos direito a um salto à lua no Kennedy Space Center. Uma grande aventura na Florida, estado que parece ter um parque temático para cada dia do ano

Universal, Orlando

Pensávamos nós que só havia duas classificações possíveis: os que gostam de Harry Potter e os que não gostam de Harry Potter - ou nunca ouviram falar (conhecem alguém?) ou não querem saber e têm raiva de quem sabe. Achávamos que, por termos lido um livro, o primeiro, e por termos visto um filme, o primeiro também, encaixávamos no grupo dos fixes: dos que experimentaram Harry Potter só para saberem o que era e, com licença, voltaram aos autores clássicos ou ao Philip Roth. E julgávamos que, desta forma, escaparíamos incólumes e poderíamos entrar em Hogwarts com uma certa sobranceria até. Não sabemos ao certo o que aconteceu, foi feitiço ou o que é que nos deu?, mas a verdade, caríssimos muggles, é que a nossa vida nunca mais foi a mesma.

A manhã está luminosa e, apesar de não serem sequer 9h30, já percebemos que vai ser um dia de muito calor em Orlando. Passámos a noite no Loews Portofino Bay Hotel, um dos vários integrados no Parque da Universal, e assim que acordamos temos vista para uma Itália fabricada (sim, o hotel recria o ambiente mediterrânico da cidade italiana) e, se dúvidas houvesse, dissipam-se totalmente: estamos dentro de um mundo de fantasia.

Chegamos à entrada do parque num water taxi. São 10h10, a Universal ainda está a acordar mas as hordas de turistas já se fazem notar. Já se ouvem gritos nas montanhas-russas que desafiam a adrenalina dos mais corajosos, há música por todos os lados e uma série de bonecos que nos habituámos a ver na TV dão as boas-vindas a quem chega.

O Parque da Universal é um dois-em-um: Islands of Adventure e Universal Studios. A esta hora, parece que todos os caminhos vão dar ao primeiro - é lá que mora a mais recente estrela da companhia Universal, Harry Potter em pessoa. E nós, que não queremos dar parte de fracos, vamos acompanhando a turba e ficamos com a sensação que os apelos que se vão espalhando pelo recinto para que se visitem os dois parques com o selo Universal caem em saco roto: quer-nos parecer que os estúdios são o parente pobre da família.

Cruzamos as portas de Hogsmeade, a cidadezinha dos livros de Harry Potter, por volta das 11h00 e não podemos deixar de abrir a boca: o parque abriu há tão pouco tempo e a lotação já está praticamente esgotada. Meninas e meninos, senhoras e senhores, eis The Wizarding World of Harry Potter. Dá ares de cidade austríaca, esta Hogsmeade. Os telhados têm neve em cima e este ambiente mágico, aliado à multidão nas ruas, faz lembrar os mercados de Natal. Há bancas de cerveja de manteiga (um clássico dos livros Harry Potter, mas sem álcool, pelo que as crianças podem experimentar à vontade), e lojas de toda a espécie, desde livrarias especializadas em feitiçaria até bancas de venda de flores e plantas exóticas, passando, claro, pela inevitável loja de varinhas, que deixam os miúdos à beira da loucura. Ponto de paragem obrigatória é também a estação de onde parte o Expresso de Hogwarts - ninguém resiste a estacar junto da locomotiva que sai da plataforma nove e três quartos para a fotografia da praxe.

Daqui temos uma bela visão para o castelo de Hogwarts, onde funciona a escola de feitiçaria que Harry Potter frequenta. É para lá que vamos agora. Dentro destas paredes fantasmagóricas está alojada uma das principais atracções do mundo potteriano: chama-se Harry Potter e a Jornada Proibida, atrai milhares de visitantes todos os dias e foi ela que mudou a nossa vida - lembram-se de termos falado nisso?

Antes, porém, umas palavrinhas para explicar o que se encontra em Hogwarts: a fila para a Jornada Proibida serpenteia pelo castelo e isso é bom. Sobretudo se tivermos em conta que somos privilegiados - quem está familiarizado com os livros de J.K. Rowling sabe que a entrada em Hogwarts é absolutamente vedada a muggles (muggles, a propósito, é como na gíria se chama aos que não são feiticeiros). Aproveitemos, portanto, para ver tudo o que pudermos desta escola mágica nas várias salas que se assemelham aos cenários dos filmes.

Passamos pela sala dos retratos e pela casa do professor Dumbledore, que dá uma curta aula de defesa contra magia negra e explica a história de Hogwarts, divertimo-nos com os quadros falantes e assustamo-nos ligeiramente quando vemos um dragão. E de repente temos Harry Potter, na pessoa do actor Daniel Radcliffe, mesmo à nossa frente. Hermione e Ron, os inseparáveis amigos de Harry, também nos vêm saudar.

A fila foi andando - há diferentes velocidades de progressão, consoante o tipo de bilhete que tivermos - e agora já estamos junto da estação de embarque para a Jornada Proibida. Vemos crianças a entrar e sentimos alguma segurança - mas não sabíamos exactamente ao que vínhamos. Sentamo-nos no chamado banco encantado e pensamos que já não há nada a fazer: a barra de segurança já desceu sobre nós e a viagem está prestes a começar. Estamos num braço robótico que nos sacode, nos vira de um lado para o outro e nos leva a dar voltas e mais voltas nos cenários mais ou menos assustadores que vemos nos filmes. É inevitável: passamos parte dos cerca de quatro minutos que dura a viagem a gritar, sobretudo porque não lidamos bem com as vertigens que nos causa este jogo de quidditch ou estes voos sobre o abismo ou estas lutas contra dragões. Mais assustador só se tivéssemos dado de caras com "o-quem-nós-sabemos".

Fartámo-nos de gritar, é verdade, mas esta Jornada Proibida deu-nos o impulso de que precisávamos para desafiar o medo e a partir daqui conseguimos usufruir de algumas das mais apreciadas atracções da Universal já fora do mundo Potter. A experiência em 3D do Homem-Aranha, por exemplo, é simplesmente imperdível: saltamos de prédios altíssimos, lançamos teias e cordas, combatemos monstros, sentimos o calor das chamas - e sobrevivemos. Já estamos a ganhar embalo e parece que não queremos mais nada senão entrar em simuladores. Não resistimos a mais um, desta feita já na área Universal Studios. Eis-nos na Simpsons Ride, que nos transporta para as férias de pesadelo que vive a família Simpson.

No entanto, por muito que a nossa vida tenha mudado hoje, ainda não temos coragem que chegue para as montanhas-russas. Há duas da pesada, uma em cada parque da Universal: na Islands of Adventure, a do incrível Hulk; nos estúdios, a Hollywood Rip Ride Rockit, que atinge uma velocidade máxima de 65 milhas (à volta de 105 quilómetros/h) e permite a cada passageiro escolher a música que quer ouvir enquanto se deixa cair em vertiginosas descidas e loopings.

Com estas e outras, a tarde vai quase no fim. Mas ainda temos tempo para mais uma experiência interactiva com o irresistível Shrek e uma emocionante - e molhada - descida no rio do Parque Jurássico. Estamos cansados, mas contentes, quando, ao início da noite, nos sentamos no auditório da City Walk para assistir ao show dos famosíssimos Blue Man Group (já actuaram em Lisboa), outro must see do parque Universal.

Onde dormir
Há três hotéis no perímetro da Universal - Hard Rock, Pacific Resort e Portofino Bay. Recomendamos aquele onde ficámos, o Portofino. Recria, como já se disse, a simpática cidade italiana e tem quartos espaçosos e confortáveis. As áreas exteriores são agradáveis e tem uma bela piscina também. Mesmo em frente, partem os water taxis que nos levam à entrada dos parques. Os preços são muito oscilantes mas não excessivamente elevados, pelo que o melhor mesmo é explorar o site com tempo, para que não lhe escape nada.

Onde comer
Nos parques, naturalmente. A área de restauração é diversificada (mas convém não esquecer que estamos na América, com tudo o que isso implica...) e, dependendo do bilhete que comprar, poderá ter direito a comer em alguns estabelecimentos - é o chamado Meal Deal.

Universal Orlando Resort
1000 Universal Studios Plaza Orlando, Florida
32819-7610
Tel.: +1 407 363 8000


www.universalorlando.com
O site da Universal é completíssimo e lá poderá obter todas as informações de que precisa para organizar a viagem. O parque é grande e o melhor é planear com antecedência a visita, para que não perca tempo desnecessário nas filas, que podem ser gigantescas.
O preço dos bilhetes também é variado, consoante queira visitar um parque apenas ou os dois, nas modalidades de um, dois, três e quatro dias. Se ficar instalado num dos hotéis do resort, os pacotes já contemplam, naturalmente, as entradas nos parques.

 

Sea World, Orlando

Mais uma corrida, mais uma viagem, e cá estamos nós às portas do Sea World, outro dos milhentos parques de diversões de Orlando - na verdade, Orlando é um parque de diversões em si mesma.

Está um calor tórrido e parece não haver protector solar que nos valha. Mas, bem vistas as coisas, não podíamos estar em melhor sítio: aqui temos água por todos os lados. Dá vontade de saltar para o tanque mais próximo, de fazer festinhas aos golfinhos que estão na enfermaria (mães com os seus filhotes) ou mesmo de entrar no pedaço de Antárctida onde se passeiam os pinguins. Mais ideias que nos passam pela cabeça para refrescarmos: mergulhar no Jewel of the Sea, o aquário por onde se exibem coloridíssimos peixes tropicais, brincar com focas e leões-marinhos ou entrar na lagoa das raias.

Já se viu, é como se estivéssemos no fundo do mar e isso deixa as crianças em êxtase. Não são as únicas: quem não se deixar seduzir pela estranheza do peixe-boi ou pela elegância das mantas, que atire a primeira estrela-do-mar. Mas por estes dias são as orcas que fazem definitivamente as honras da casa.

Desde Abril passado que One Ocean, um espectáculo que não chega a durar meia hora, atrai visitantes do país inteiro ao Sea World. Veja-se o caso desta família de três: pai, mãe e Stan, um miúdo de 12 anos que diz que quer ser biólogo marinho. São da Carolina do Norte e esta é a segunda vez que estão em Orlando. Vieram há dois anos, foram à Disney, à Universal e, claro, ao Sea World. "Adorei, foi uma experiência fantástica estar tão perto de todos aqueles animais", recorda à Fugas um sorridente Stan. Que não ficou nada contente quando percebeu que os primos, em Maio deste ano, tinham visto um "incrível show de orcas". "À força de tantos pedidos, tivemos que o trazer cá outra vez", conta o pai, Steve, um empresário de Wilmington.

Não parece que se tenham arrependido: é impossível não nos derretermos com as simpáticas orcas. Assim que se abrem as barreiras e elas invadem o tanque do Shamu Stadium, a audiência quase abafa a música que vai saindo das colunas com os aplausos e gritos de euforia. As orcas não deixam os seus créditos por barbatanas alheias e começam uma sucessão de coreografias e habilidades que fazem com que não consigamos tirar os olhos da piscina por um segundo que seja - não vá perdermos algum dos números, como este beijinho entre duas delas que leva o público ao rubro. É certo e sabido que quem se senta nas filas da frente do estádio acaba ensopado: ao sinal dos treinadores, as orcas abanam as barbatanas e despejam litros e litros de água borda fora. Faz parte da experiência e nós, sentados mais cá atrás, chegamos a sonhar com uns salpicos refrescantes.

Depois disto, pensamos com os nossos botões, é quase cruel não ligarmos grande coisa aos golfinhos. O Sea World é, definitivamente, um mundo de encantar. Quem, ainda assim, preferir outras emoções, fique a saber que também há montanha-russa. Chama-se Manta e oferece a sensação de constante queda livre.

Onde dormir
Ao contrário do que sucede na Universal, não há hotéis inseridos no Sea World - trata-se de um parque muito mais pequeno, na verdade. A sugestão da Fugas é que tente o Reunion Resort, a 15 minutos de carro do Sea World - e não se assuste com o aspecto glamoroso, vai ver que os preços são absolutamente surpreendentes. É um condomínio privado que se espraia por 930 hectares e que oferece alojamento num hotel ou, em alternativa, em villas, apartamentos ou vivendas com piscina privativa. Tem como principal chamariz os três campos de golfe desenhados por Tom Watson, Arnold Palmer e Jack Nicklaus, lendários golfistas. Parece muita fruta, não é? A boa notícia é que um apartamento com luxos acima da média e onde podem ficar até oito pessoas pode custar à volta de 150 euros por dia.
Reunion Resort
7593 Gathering Drive Reunion, FL 34747
Tel.: +1 407 409 8004
www.reunionresort.com

Sea World Orlando
Orlando, FL 32821
7007 Sea World Drive
Tel.: +1 407 351 3600
www.seaworldparks.com
As mesmas recomendações: o melhor é navegar pelo site para delinear a visita à medida das suas necessidades e interesses.

 

Kennedy Space Center, Cabo Canaveral

Do mar partimos para a lua. Não prestamos a mínima atenção à viagem de uma hora que nos leva de Orlando até Cabo Canaveral mas assim que avistamos as placas sentimos uma indisfarçável emoção: estar aqui, onde os Estados Unidos foram escrevendo a sua história espacial, é especial.

E entrar no Kennedy Space Center (KSC) é entrar na máquina do tempo - do passado e do futuro. Quando aqui chegamos, falta menos de um mês para que o vaivém Atlantis faça a sua última viagem, a 33.ª, rumo ao espaço, mas Ken Smith, um dos guias do complexo, garante-nos que os bilhetes para assistir ao lançamento no perímetro do KSC estão esgotados e mais que esgotados. Contentemo-nos, portanto, com a visita autorizada, que é feita dentro de autocarros (44) que vão cruzando o gigantesco complexo.

Lá vamos, então, no autocarro de Ken, que vai debitando informações variadas: primeiro sobre a aventura espacial mundial - lembra que o primeiro satélite a ser lançado foi o Sputnik, pela União Soviética, em 1957, mas refere-o a correr. O que aqui verdadeiramente interessa são os feitos da bandeira americana. Que, explica Ken logo a seguir, começaram um ano depois. "Em 1958, os Estados Unidos lançaram o Explorer 1, o seu primeiro satélite - e o lançamento foi feito daqui", recorda, com notório orgulho e sentimento de pertença.

Paramos três vezes ao longo do percurso, mas ficamos mais empolgados quando avistamos o complexo 39. Vemo-lo lá ao fundo, a uma distância mais do que considerável, mas sabemos que foi daqui que partiram os vaivéns e satélites que fizeram história e, por agora, isso basta-nos. Tudo à nossa volta é sol e mar, temos vista privilegiada de Cabo Canaveral e da baía. O silêncio que manda aqui só é cortado pelas expressões de euforia de quem posa para as fotografias. E justifica-se, essa euforia: apesar de em redor termos "apenas" um vasto complexo científico, sentimo-nos como que parte integrante da odisseia no espaço.

O melhor ainda estará para vir, no entanto. Entramos no Apollo Center e, sem aviso prévio, estamos "dentro" do centro de comando para o lançamento do foguetão Apollo 8 - 21 de Dezembro de 1968. A bordo seguiam os astronautas Frank Borman, Jim Lovell e Bill Anders, que se tornaram conhecidos como "os primeiros": os primeiros a entrar na órbita da lua e os primeiros a enviar fotos inéditas do solo lunar, esclarece a brochura distribuída aos visitantes do KSC. E agora o countdown: sabemos que não é real, que já passaram mais de 40 anos, que entretanto o homem até pisou mesmo a lua (20 de Julho de 1969), mas não ficamos indiferentes ao nervoso miudinho. São três minutos, que parecem nunca mais passar, mas conforme se vão consumindo sentimos que também fazemos parte da família NASA. 3, 2, 1... Tudo está bem quando acaba bem.

Ainda não recuperamos totalmente e já estamos a dar de caras com a imagem, brutal, do Saturno V. Por cima das nossas cabeças estão os 111 metros e os 2.812.320 quilos do foguete lunar usado nas missões Apollo. O friozinho na barriga parece ser comum a praticamente todos os visitantes mas os miúdos, então, não poupam no entusiasmo. "Wow, look at this!", solta David Miller, de nove anos, que veio de Jacksonville. É um rapaz de óculos, franzino, e diz que ainda não sabe se quer ser "jogador de futebol" (americano, supomos) ou astronauta. A visita ao KSC talvez sirva para tirar as teimas: afinal, não é corriqueiro que se toque num pedacinho de rocha lunar, que é o que David está a fazer agora (e nós vamos fazer daqui a pouco também). Astronauta ou jogador?, insistimos. "Ainda não sei", ri-se.

O KSC, onde trabalham mais de 13 mil pessoas, é hoje uma das atracções mais populares da Florida (por ano recebe mais de 1,5 milhões de visitantes) e merece uma visita vagarosa - e não de apenas três horas, como a que fizemos. Se vai com miúdos, então, o melhor é guardar tempo para tudo: para espreitar os auditórios onde Tom Cruise e Leonardo DiCaprio narram episódios importantes da história espacial americana; para marcar um almoço com um astronauta de carne e osso; para passear pelo Explorer, uma réplica em tamanho real da nave; e, claro, para experimentar o simulador de um lançamento espacial, provavelmente a experiência mais aguardada dos visitantes do KSC. Prometem-se perdas de gravidade e vistas de cortar a respiração sobre a Terra. Parece-nos que falhámos o melhor da festa.

Kennedy Space Center
FL 32899
Tel.: +1 877-404-3783
www.kennedyspacecenter.com
Preços: o bilhete mais barato - e com acesso a menos áreas - custa 43 dólares (cerca de 30 euros) para adultos e 33 dólares (23 euros) para crianças; o pacote mais completo fica em 64 dólares (44 euros) para adultos e 48 dólares (33 euros) para crianças.

 

Everglades Alligator Farm, Homestead

E agora para algo completamente diferente - noutra geografia. Estamos em Homestead, a pouco mais de uma hora de carro de Miami, e a um passo de entrar nos limites do Parque Nacional Everglades. Em abono da verdade, o que vamos ver nas próximas horas é só uma pequena amostra - e domesticada - do que os Everglades, o terceiro maior parque dos Estados Unidos continentais e onde vivem várias espécies em risco, têm para oferecer.

Primeiro os factos da praxe: os Everglades, elevados à categoria de Património Mundial da UNESCO, estendem-se por uma vastíssima área que vai desde Orlando até ao mar, no Sul da Florida. São, portanto, milhares de quilómetros quadrados de pântanos, pradarias e zonas aquáticas que podem ser explorados pelos visitantes através de trilhos identificados. Acontece que, tal como nós, grande parte dos turistas tem uma experiência de Everglades que se resume a (mais um) parque temático. Foi para isso que viemos, adiante.

Entramos na Alligator Everglades Farm e não temos grandes surpresas: é uma quinta, privada, e está montada para turista ver. Ainda assim, não temos dúvidas de que o que aí vem é espectáculo para agradar à família toda. Nos limites da quinta podemos ver vários exemplares de aligátores - norte-americanos, dos mais pequenos - aos montes, num tanque - aos adultos com ar intimidatório, que se passeiam num pântano devidamente gradeado. Não ficamos indiferentes, é óbvio: estamos, nalguns casos, a menos de um metro destes animais perigosos e quando lhes ouvimos os bramidos (mais parecem roncos de camiões) e os vemos a emergir das águas damos por bem empregue a viagem.

Estes são os amigos de Jeremy, um tratador que daqui a pouco há-de alimentá-los com ratazanas mortas (é possível assistir ao espectáculo, mas nós dissemos não, obrigado...). Por enquanto, o domador entretém-se a fazer malabarismos com um aligátor de médio porte: puxa-lhe a cauda, senta-se em cima dele - e, para gáudio da assistência, enfia-lhe a cabeça na boca. É a loucura, senhores. No fim do espectáculo - e já depois de nos termos deixado fotografar com um aligátor bebé nas mãos, o tipo de coisa que deixa as crianças em delírio -, perguntamos a Jeremy há quanto tempo trabalha com os bichos. A resposta é rápida, quase automática: há 15 anos, foi mordido nove vezes e já perdeu a conta aos pontos que levou graças aos dentes dos aligátores. Queremos saber por que continua, então, nesta vida. "Ora, porque as contas continuam a chegar a casa", responde, bem-humorado.

Temos a experiência mais autêntica de Everglades no airboat de James White. Subimos a bordo e não percebemos logo para que são os enormes protectores de ouvidos que somos obrigados a usar. Quando James liga a gigantesca ventoinha que propulsiona o barco entendemos tudo e estamos quase com vontade de pedir outro par. A viagem pelos pântanos pode ser ruidosa, mas vale a pena. Aligátores pequenos escondem-se nas margens, longe do território dos adultos, que vemos passar, de longe a longe, pachorrentos. É uma pequena amostra, é certo, mas pelo menos aqui vemos os aligátores-norte-americanos, a espécie que mais nos habituámos a associar aos Everglades, no seu habitat natural - as estatísticas dizem que há em toda a Florida perto de 1,25 milhões destes animais. Vamos planando, devagarinho, e também nos cruzamos com uma ou outra tartaruga que, explica White, servem de alimento aos aligátores.

À nossa frente só temos água e campos de erva - e agora vamos acelerar. São poucos minutos, como que para nos administrar a dose diária de adrenalina. É radical, mas não tanto como, depois disto tudo, provar as alligator tail specials (5,51 dólares, qualquer coisa como 3,85 euros) à venda numa roulotte na quinta. Vale só mesmo pela excentricidade.

Everglades Alligator Farm
40351 SW 192 Avenue Homestead, FL 33034
Tel.: +1 305 247 2628
Email: info@everglades.com
www.everglades.com
Aberto todos os dias. Bilhetes a 23 dólares (16 euros) para adultos e 15,50 dólares para crianças (10,80 euros), com entrada no parque e passeio no barco. Para entrar apenas no parque, os adultos pagam 15,50 dólares e as crianças 10,50 (7,30 euros).

 

Jungle Island, Miami

O nome não engana: estamos na selva. Mas uma selva de brincar, plantada na ilha Watson, entre Miami e Miami Beach. É o tipo de lugar aonde as crianças americanas imploram para ir e por isso não há-de ser diferente com as crianças portuguesas.

Começou por ser um parque exclusivamente dedicado a aves, datado dos anos de 1930, mas entretanto evoluiu e hoje alberga variadíssimas espécies, embora os pássaros continuem a ser as estrelas da companhia. São, aliás, coloridíssimos papagaios e araras que nos dão as boas-vindas - quem quiser pode ser fotografado com uns quantos exemplares nos braços, e normalmente os miúdos querem. Como também querem entrar na jaula dos cangurus, observar com calma os orangotangos e pasmar-se frente ao vidro que os separa dos tigres e do único ligre (resultado de um cruzamento de um tigre fêmea com um leão macho) de Jungle Island, que assume o lugar de rei desta selva. Ninguém dispensa igualmente uns minutos para observar os belíssimos flamingos, assim como não sai do parque sem pegar ao colo nos sedosos lémures - a propósito, quem estiver disposto a pagar 45 dólares (31,40 euros) tem direito a uma experiência exclusiva com estes bichinhos simpáticos.

Jungle Island
1111 Parrot Jungle Trail Miami, Florida 33132
Tel.: +1 305 400 7000
www.jungleisland.com
Preços: 32,95 dólares (23 euros) os adultos e 24,95 (17,40 euros) as crianças.

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