Quase não damos por isso, mas estamos praticamente a chegar a Nassau, a capital das Bahamas, na ilha de New Providence. Ao fundo, já estão os edifícios coloniais coloridos que se oferecem à vista na frente marítima. O Monarch of the Seas atraca pelo meio-dia e menos de uma hora depois já estamos fora do barco.
Encontramos Carlyn Richardson - Richie para os amigos - mesmo junto ao porto. É no táxi dele que vamos passar as próximas horas. Antiga colónia britânica, as Bahamas (700 ilhas, apenas 30 e poucas habitadas) tornaram-se independentes em 1973. O arquipélago tem cerca de 321 mil habitantes, dois terços dos quais vivem nesta ilha de New Providence. Nassau é, naturalmente, a cidade mais populosa. Os edifícios coloniais são o seu elemento dominante, embora aqui e ali também haja vários exemplares de casas arruinadas, que emprestam à cidade um ar decadente.
Na carrinha de nove lugares de Richie vamos deitando olho ao que se desenrola lá fora. No centro de Nassau não há muita coisa para fazer, tirando espreitar a meia dúzia de edifícios históricos, dos quais se destaca o do Parlamento, construído entre 1805 e 1813. O grande chamariz para os turistas serão as lojas de algumas marcas internacionais que oferecem preços duty free. De resto, o Straw Market (mercado da palha, tradução literal) é também ponto de atracção para quem gosta de artesanato.
Deixamos o centro da cidade para trás e passamos agora por Junkanoo Beach, a praia que toma o nome a um dos principais festivais do país: Junkanoo é uma parada que acontece todos os anos a 26 de Dezembro e a 1 de Janeiro e que enche as ruas de artistas vários, desde acrobatas a tocadores de búzios.
E mais à frente paramos em Cable Beach, onde experimentamos pela primeira vez o mar das Bahamas. Cable Beach é isto: mar azul-turquesa, marginal bordejada de coqueiros e mansões de um milhão de dólares viradas para o Atlântico. Por falar num milhão de dólares, pode ser quanto baste para comprar alguma das várias ilhas ou ilhéus que formam o arquipélago - quem tiver dinheiro para isso pode tornar-se "vizinho" de Johny Depp, por exemplo.
Vamos em passo de corrida e deixamos para trás o forte de Nassau e as Escadas da Rainha. Pedimos a Richie que nos leve a um lugar, se é que ele existe, que não seja apenas para turista ver. Potters Cay é facilmente acessível a pé desde o centro da cidade e foi para nós o grande spot da capital. Junto ao mar, de um turquesa impossível, alinham-se vários bares e pequeníssimos restaurantes de madeira, onde os locais se encontram para beber Kalik (cerveja nacional) a acompanhar uma conch salad (10 dólares, 7 euros). Verdadeira instituição das Bahamas, é uma salada de búzio com tomate, cebola e pimento, temperada com sal, pimenta e sumo de lima e laranja. É feita na hora, o molusco retirado da concha no momento. Não é uma coisa por aí além, mas sabe bem e refresca.
O Monarch of the Seas zarpa pelas 23h30 e tínhamos planeado jantar em terra. Mudamos de ideias quando, às 17h30, procuramos um lugar para lanchar e percebemos que a vida pública de Nassau acaba a esta hora. Encontrar um café para uma cerveja e um snack é dificílimo. Acomodamo-nos no Señor Frog, um franchise plantado em cima do mar e repleto de americanos. Parece que não estamos nas Bahamas e lamentamos, mas percebemos melhor as coisas quando olhamos para as estatísticas: as ilhas recebem cinco milhões de turistas por ano, 85 por cento provenientes dos EUA.