Perdemos ligeiramente a noção do tempo e só abrimos o cesto de piquenique quase em cima das 15h00 um verdadeiro jardim das delícias. Temos wraps com queijo fresco, tomate assado e rúcula; salada de atum com feijão verde e azeitonas; camarões; sanduíches diversas; espetadas de peito de peru com arroz e espetadas de fruta para a sobremesa, capítulo onde constam também bolinhos de maçapão. Há ainda uma garrafa de vinho branco (Herdade dos Grous, evidentemente) e uma toalha aos quadrados, como se impõe. Comemos com vista para o mar e sabemos que estamos a causar inveja a quem passa.
Agora sim, chegou a hora de encontrarmos o caminho para o Ribat de Arrifana. Acabamos por perder o norte e, apesar das indicações que vamos pedindo, não chegamos a bom porto. Há quem nos diga que o percurso até lá não está bem sinalizado e, ao fim de uma meia hora às voltas, atiramos a toalha ao chão: sim, desistimos, e fomos tentar estender a toalha noutra freguesia.
No caso, na Bordeira, onde também nunca tínhamos estado mas temos a certeza que vamos voltar. É impossível estender a toalha, já percebemos, que o vento desaconselha qualquer investida no areal. Embrulhamo-nos nela e ficamos a olhar para o que temos à vista: ninguém nos perguntou nada, mas arriscamos dizer que à nossa frente está uma das praias mais bonitas do país. A ribeira que desagua no areal a perder de vista dá-lhe um charme irresistível: agora, por exemplo, do lado onde estamos, só é possível chegar à areia cruzando a ribeira com água pela cintura. Tem graça vermos estes dois rapazes (falam inglês) tirarem as sapatilhas e os calções e entrarem na água de cuecas, tão admirados quanto divertidos.
Já dissemos que está vento, mas ainda assim arriscamos descer a escada de madeira e sentamo-nos ao fundo, a olhar para o mar picado. A bandeira está vermelha, e aqui de cima quase contamos uma a uma as pessoas que se aventuram na praia: não são mais de 30, seguramente.
Tem um ar selvagem, esta praia de dunas imensas lá ao fundo, em contraste, ainda conseguimos ver as falésias que são a imagem de marca da Costa Vicentina. Tudo isto, somado ao vento que nos levanta os cabelos e deixa os braços em pele de galinha, dá à Bordeira um certo ar de fim do mundo que nos agrada.
Como nos agrada o fim de linha que é Sagres, aonde chegaremos daqui a pouco, já depois da praia do Amado, de Cecília dos olhos azuis e de termos fechado de vez a capota do carro. Não está calor, talvez "lá em baixo"...
Informações
O passeio que aqui propomos pode ser feito, naturalmente, por sua conta e risco. Quem, no entanto, quiser usufruir do pacote que o Vila Vita Parc está a pôr à disposição dos seus hóspedes, aqui ficam algumas das condições: três noites de alojamento num quarto duplo deluxe com vista jardim; tratamento VIP à chegada; pequeno-almoço buffet, um menu de degustação de cinco pratos no restaurante Ocean do hotel, distinguido com uma estrela Michelin; tratamentos no spa para duaspessoas e uso do pitch&putt; uma prova de Porto na cave de vinhos do Vila Vita e, claro, um dos passeios à escolha do programa "10+1". Os hóspedes recebem ainda um mapa ilustrado com aguarelas de Ken Mosley, um artista residente no Algarve. Os preços para duas pessoas andam entre os 2200€ e os 2335€.