A envolvente do edifício integra um jardim formal - composto por canteiros de flores coloridas e alguns lagos asfaltados - e os grandes rochedos cinzentos de formas arredondadas, equilibrados uns nos outros. É possível subir até às pedras, pelos caminhos agora refeitos, passar por baixo delas ou entre rochas, e encontrar espécies de miradouros não assinalados: pequenas áreas onde se chega para admirar uma vista desafogada q.b. (há algumas árvores), viradas a diferentes zonas do parque e em diferentes alturas. Por aqui também é possível encontrar algumas escadas de pedra, que nos levam a outros pontos de vista, ou bancos, que convidam a fruir a ambiência de forma mais prolongada.
Este tipo de recantos, com bancos de pedra, pequenos lagos e até vasos de flores esculpidos nas rochas, vão-nos surgindo de forma quase inesperada, mas bem integrados na vegetação naturalizada que se encontra ao longo da descida até à Feteira da Condessa. E aqui, fetos e mais fetos, alguns com vários metros e folhagem em copa, assemelhando-se a chapéus-de-sol, outros de troncos estranhos, que nos atravessam o caminho, e muitos pequenos, em monte.
D. Fernando II era um coleccionador e amante de botânica, tendo trazido plantas dos quatro cantos do mundo para todo o jardim. No total, existem ali mais de 300 espécies, uma "diversidade enorme para o espaço", defende Nuno Oliveira, engenheiro responsável pelo restauro do jardim. Há muitos fetos, dos quais se destacam os arbóreos da Austrália e Nova Zelândia, mas também flores de cores vivas, como as colecções de camélias, rododendros e azáleas e até um dos primeiros exemplares da jubaea chilensis - uma palmeira de comprido tronco semelhante a uma coluna redonda - a chegar a Portugal.
"É um jardim romântico, com todos estes elementos cénicos e dramáticos", explica Nuno Oliveira. "Um jardim de sensações, de emoções", para descobrir e experienciar à medida da visita.