Fugas - Viagens

  • Uma viagem que cruza o Cazaquistão, Uzbequistão e Turquemenistão..
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Encontros, folias e visões no comboio da Rota da Seda

A menos célebre e mais remota Khiva acabou, no entanto, por se revelar como a melhor surpresa da viagem. Outra cidade-estado que enriqueceu pelas piores razões - sobretudo o comércio de escravos, que controlou desde o eclipse dos Timuridas, nos inícios do século XVI, até à chegada dos exércitos russos, no século XIX - é porventura aquela que hoje melhor reflecte a Rota da Seda. A sua colecção de palácios, cidadelas e mesquitas, coroadas por um extraordinário conjunto de minaretes, é tão impressionante como se encontra bem preservado. A grande vantagem é que aqui não há edifícios modernos nas proximidades e os cerca de dois mil habitantes entre muros mantêm escrupulosamente a traça antiga dos edifícios. Tão ou mais importante do que isso, em Khiva os conservadores trabalharam de forma bem mais rigorosa, não inventando nem falsificando monumentos como aconteceu em Samarcanda.


Uzbequistão profundo

Depois das cidades-museu, as montanhas carecas de Kashkadarya. À espera numa manhã enevoada estavam três camionetas da era soviética e um carro de polícia para nos escoltar por estradas esburacadas, entre magras pastagens frequentadas por cabras e perus, toscas casas de adobe e telhados de zinco, e magotes de crianças a assomarem às janelas para acenar aos turistas.

O destino era Langa Atar, uma terriola nas faldas da serra, dessas que não vêm nos mapas. À espera estava a aldeia inteira com a oferta de pão quente e um show de casamento. O ancião da aldeia deu-nos as boas-vindas, antes de engatar num discurso de meia hora na língua dele em que agradeceu a meio mundo, inclusive aos russos, que trouxeram as escolas e a electricidade. O casamento era a fingir, mas a sua encenação revelou-se de uma candura deliciosa e a empatia criada com os nativos foi certamente o momento mais emotivo da viagem.

Shakhrisabz, a etapa seguinte, trouxe mais casamentos, mas desta feita modernos e a sério. A paragem justificou-se pelo Palácio de Ak-Saray, porventura a obra mais ambiciosa de Timarlão, mandado construir no lugar que o viu nascer e onde era para ser sepultado. Desse prodígio resta apenas o pishtak, o portal monumental do palácio. É mesmo assim uma ruína majestosa que se eleva a 40 metros de altura e dá perfeitamente a entender a grandiosidade do edifício a que serviu de entrada, dispensando as suspeitas reconstruções do período soviético que se testemunham em Samarcanda.

O esplendor da ruína de Ak-Saray certifica-a como um dos sítios mais procurados do país para festas de casamento. Esse pitoresco é outro atractivo da visita, valendo sobretudo a pena fazer uma incursão nos terreiros cobertos ao lado do monumento, onde centenas de convidados dançam em fila versões tecno de canções românticas, enquanto cobrem os noivos (sempre vestidos à ocidental) de chuveiros de notas.

Tasckent, capital do exótico soviético

O programa para a manhã em Tasckent era focado em Khast Imon, o centro religioso oficial do país. É lá que se encontra o Uthman Quran, o Corão do século VII, considerado o mais antigo do mundo. O colossal volume em camurça enrugada, onde se alinham arabescos extraordinários, mereceu certamente a romaria. Já o conjunto de mesquitas e mausoléus em redor se apurou bastante redundante depois de Samarcanda, sobretudo quando pelo caminho se foi vislumbrando uma cidade cheia de atractivos modernos e singulares.

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