Fugas - Viagens

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    Brac Adriano Miranda
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    Caldo Entornado Adriano Miranda
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    Silvas Adriano Miranda
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    Hocho Adriano Miranda

Mesa posta para os novos hábitos e tendências

Por José Augusto Moreira

De entre as cidades portuguesas, Braga será talvez aquela que mais ligada está às nossas raízes como nação.
A sua importância e centralidade são muito anteriores à fundação da nacionalidade, tendo sido a capital da Galécia romana, em cujo seio haveria de nascer o Condado Portucalense. E sendo Portugal um dos países mais antigos e com as fronteiras há mais tempo consolidadas é, mesmo assim, preciso recuar ainda vários séculos para encontrar as origens da capital minhota como urbe coesa e organizada, de que são testemunho muitos dos edifícios e espaços que ainda ainda hoje encontramos no núcleo histórico.

É nestas áreas que a cidade hoje fervilha com o espírito moderno e cosmopolita que lhe é impregnado por uma população jovem e empreendedora. Uma vivência cosmopolita que se mistura com oesse passado secular e lhe confere uma atmosfera muito peculiar, e que, como em outras áreas, é também evidente nos espaços de gastronomia e restauração.

Não será sequer preciso citar o mítico abade de Priscos para ter presente o peso da boa cozinha tradicional, que, com garbo e pujança, se pratica em muitos dos restaurantes da cidade. Casas como o Arcoense, D. Júlia ou a fileira Cruz Sobral, Bem-me-quer e Alexandre, todos no Campo das Hortas, são alguns dos bons exemplos, mas que propositadamente deixaremos agora de fora.

Olhemos, então, para novos conceitos que reflectem esse espírito jovem e cosmopolita e onde a boa comida se alia à convivialidade e espírito de partilha. Espaços que em muitos casos só abrem ao final do dia e onde a refeição pode ser antecedida por um copo de fim de tarde ou se prolonga noite dentro em ambiente de bar. Há-os um pouco por toda a cidade, mas vamos concentrar-nos na área da zona histórica, que é onde a coisa está mesmo a mexer. Reina o espírito de partilha e convívio e o carro é mesmo um acessório supérfluo.


Silvas: Todos à volta do balcão

Aqui a cozinha é mesmo uma coisa séria. Basta passar a porta, absorver os aromas e olhar o ambiente para logo se perceber que não há outra hipótese que não seja sermos muito bem tratados. Mesmo podendo à primeira vista deixar a impressão de um daqueles impessoais snacks urbanos, rapidamente se constata que é tudo o seu contrário. Há apenas um balcão, é verdade, mas que funciona antes como uma espécie de mesa comum de família alargada onde reina o ambiente de partilha. [mais]

Brac: Elegância e modernidade
É um espaço claramente distinto e que se destaca também pelo design e cuidado arquitectónico. Ambiente contemporâneo mas ao mesmo tempo informal e descontraído, onde se pode jantar ou cear, ou simplesmente petiscar e beber um copo a partir do meio da tarde. [mais]


Hocho: Um japonês junto à Sé

Por simplificação, é normalmente apontado como restaurante japonês, mas trata-se na realidade de um sushi bar essencialmente focado nas especialidades de sushi e sashimi. Além da diferença face à oferta gastronómica envolvente, é também referenciado por estar associado a Adolfo Luxúria Canibal, o conhecido músico dos Mão Morta, ele próprio também muito ligado às mudanças nos usos da zona histórica. É um dos sócios do negócio e é muito provável que o encontre na caixa registadora nas noites de maior movimento. [mais]

Caldo Entornado: A vida num só sítio
É um dos mais recentes espaços da zona histórica e será, talvez, aquele que melhor sintetiza a actual tendência na animação da cidade. Daí o seu rápido sucesso. Além da boa comida, há um bar de vinhos, uma acolhedora esplanada interior (em seu tempo) e um espaço de entrada/átrio/esplanada aberto à rua (sem trânsito) e animado por DJ nos fins de tarde e após o jantar. A vida num só sítio, como está bom de ver. [mais]


Estarolas: A tasca que virou moda

Este é dos lugares onde se vai apenas pela comida. Ambiente de tasca de outros tempos, onde se servem assados, rojões, bacalhaus, arroz de pato e pataniscas, tudo com o sabor dos cozinhados da avó. Fica fora do núcleo histórico, mas no seu prolongamento, logo após o Estaleiro Cultural Velha-a-Branca, um dos espaços responsáveis pela renovada animação cultural. [mais]


Taberna do Félix - As receitas lá de casa

Foi um dos primeiros a afirmar-se na nova onda e a ganhar popularidade entre grupos que se juntam ao jantar para a animação nocturna. Começou apenas como bar onde o casal anfitrião servia uns saborosos petiscos, mas rapidamente evoluiu para restaurante face à demanda culinária. [mais]
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