"A nossa história é extremamente rica e há muitos países no mundo que [nos] devem a sua existência", afirma Cardoso, confessando que sempre teve "muito interesse" pelo tema e que em tempos até pensou tornar-se arqueólogo. Com a viagem e as histórias que for partilhando no site, o português espera alertar "quem de direito" para a importância da herança deixada pelos Descobrimentos nos vários cantos do mundo.
Sem pressas, a viagem demorará cerca de oito anos, entre as longas distâncias de bicicleta, o levantamento das histórias em cada local e a conciliação das pedaladas com a meteorologia e a realização de determinadas tradições. Tudo a ser feito de seguida, sem regressar a Portugal. "A não ser que haja algum contratempo, mas tem de ser mesmo muito grande".
A partida, no entanto, ainda não tem data definitiva. Cardoso só pode dar início à viagem quando passar à reserva, entrando na "pré-reforma". "Se tudo correr bem", acontecerá a 31 de Dezembro e, nesse caso, a saída poderá a ser a 25 de Maio, dois dias depois do aniversário da mãe. No entanto, se partir nessa data terá de viajar muito lentamente ou arrisca-se a cruzar-se com o Inverno rigoroso do Nepal e do Tibete. Por isso, a volta ao mundo poderá ser iniciada uns meses mais tarde. Certo é que a reforma servirá para pagar a concretização do sonho de infância. "Ficar num sítio e andar ali às voltinhas ou ir para baixo da árvore jogar às cartas não está comigo".
O grande momento da viagem é, claro, o reencontro com Feng e deste com a sua bicicleta. Quando, por fim, a entregar ao ciclista chinês, Cardoso planeia pegar na sua própria "pedaleira" e seguir viagem. Uma aventura que é, como admite o próprio viajante, "uma ideia de filme". Um filme de aventuras, claro. Que, se tudo correr sobre rodas, terá um final verdadeiramente feliz.
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