Fugas - Viagens

Paulo Pimenta

É favor dirigir-se ao outro lado

Por Patrícia Carvalho

O projecto de reabilitação pensado para o complexo dos Clérigos tem um objectivo primordial: transformar um sítio belo da cidade num sítio belo da cidade com condições para se tornar num ainda maior atractivo turístico.
As mudanças serão, assim, sobretudo de carácter funcional. O interior renovado da Torre dos Clérigos foi desenhado pela Direcção Regional de Cultura do Norte.
 
Se já visitou a torre e quiser repetir a experiência, depois das obras, a primeira coisa que deve saber é que o acesso será completamente diferente. Hoje, a entrada para a igreja e a torre encontra-se na Rua S. Filipe de Nery, mas o projecto da DRCN coloca o acesso no lado oposto, na Rua da Assunção. É aí, num espaço colado à torre e que era usado até à data como arrecadação, que irá nascer o novo acesso, com direito a loja, elevador e sanitários.
 
Será por esta nova zona de recepção dos visitantes, ao nível da subcave, que se poderá subir até ao primeiro piso, para comprar bilhetes para aceder à torre ou aos espaços privados da Irmandade e à antiga enfermaria, onde será exibido o seu espólio e criado um novo núcleo museológico. O acesso à igreja continuará a ser gratuito e também será feito pela Rua da Assunção.
 
A igreja, a sacristia e as salas da Irmandade vão ser restauradas, mas sem a introdução de qualquer novo elemento. As mudanças vão centrar-se no interior da torre. Desde logo, com a introdução de um elevador, que irá até ao limite do edifício da enfermaria, e que acabará com a obrigatoriedade de subir os 240 degraus da torre para gozar da vista da cidade.
 
Em cada um dos quatro patamares da torre serão criados momentos de descanso, com pequenas exposições e no patamar exterior será colocada uma plataforma (para que as pessoas mais baixas possam apreciar a vista sem interferências) e placas informativas, que permitam identificar os principais monumentos visíveis de qualquer ponto deste miradouro privilegiado.
 
Por fim, a antiga enfermaria irá ser preparada para receber o Museu dos Cristos, um espaço possível graças à doação do espólio de um coleccionador que ao longo de 50 anos reuniu cerca de 400 imagens de Cristo, do século XII até à actualidade.
 
A Irmandade dos Clérigos quer inaugurar o novo complexo dos Clérigos a 12 de Dezembro de 2014, data de aniversário da consagração do edifício. Para que tal seja possível, a obra tem de arrancar até ao final deste ano. Os trabalhos, entre a
intervenção urbanística e o restauro do recheio da igreja, estão orçados em 2,6 milhões de euros, 1,8 dos quais virão de fundos comunitários.
 
A primeira intervenção, já concluída em Março, foi o restauro da Capela da Nossa Senhora da Lapa. Várias pinturas estão a ser restauradas pela Universidade Católica.
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