Em 2012, Luís Simões tomou uma decisão que, já então, sabia que lhe ia mudar a vida para sempre. Demitiu-se, decidiu ir viajar e desenhar, fez planos e as malas e não fez por menos: engendrou uma viagem de cinco anos (sem regresso a casa, assinale-se), a que chamou e apontou o mundo inteiro como destino. "Afinal, isto é a viagem de uma vida", dizia à Fugas antes de fazer-se à estrada.
Desde então, por diversos meios, vamos seguindo a longa e desenhada viagem de Luís Simões, com 35 anos. Em dois anos e meio, nesta sua World Sketching Tour, passou já por quase três dezenas de países e os registos das suas experiências são de uma riqueza única. Foi isso que o portal de viagens da CNN descobriu agora. No artigo "Cinco continentes, cinco anos... e milhares de desenhos", publicado esta quinta-feira, traça-se o perfil do viajante e do seu projecto. "Ele está a desenhar o seu caminho à volta do mundo", escreve-se.
A reportagem encontra-o num ponto muito específico e singular da sua viagem: "pela primeira vez desde que deixou Portugal e a sua antiga vida para trás, ele – temporariamente, pelo menos – parou". A razão mede-se em coincidências de espaço e tempo: Simões estava em Hong Kong quando começaram as manifestações e deu por si no centro da acção (tendo o seu trabalho no local sido alvo de vários artigos – no P3 do PÚBLICO, por exemplo – aliás, já noutras geografias, como em Istambul em 2013, captou momentos de protestos nos seus desenhos). Agora Simões permanece em Hong Kong, dando uma perspectiva dos acontecimentos através dos seus desenhos.
Aliás, esta é a segunda vez em poucos dias que a CNN dá destaque a Simões e terá sido assim que a secção de viagens do gigante mediático mundial descobriu o viajante. Numa reportagem televisiva sobre os acontecimentos em Hong Kong também foi destacado o trabalho de registo documental feito pelo desenhador.
À CNN Travel, Simões adianta que já encheu "provavelmente 20" blocos de desenho de 60 páginas cada, "captando a vida por todo o lado, de Milão à Mongólia", refere o portal.
"O que eu aprendi é que tenho tempo para ver as coisas, para ver a cultura passar por mim. Posso estar num mesmo ponto umas três horas, talvez, e isso dá-me tempo para sentir mais. É isso que estou a tentar captar, o sentimento, mais do que o momento", diz Simões.
Depois da Europa e de grande parte da Ásia, o viajante adianta que deverá prosseguir rumo à Índia e ao Nepal. Mas nunca se sabe, porque cada dia é um dia e cada desenho é um mundo. O certo é que o destaque conquistado agora na CNN dar-lhe-á, garantidamente, também um mundo maior de seguidores.
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A viagem poderá ser seguida no site, além de ter canais no Facebook, Instagram, Flickr e YouTube.
