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    Parque Natural das serras de Aire e Candeeiros DAVID CLIFFORD
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    Amendoeiras em flor em Trás- -os-Montes Paulo Ricca

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Portugal, esse grande jardim

Parque Natural das serras de Aire e Candeeiros
No encalço das orquídeas selvagens 

É a mais importante zona calcária do país, abrangendo o essencial do Maciço Calcário Estremenho, e foi essa a principal razão para a classificação como parque natural em 1979 e é, hoje, o grande motivo de incursão turística pela região comprimida entre as duas serras. No entanto, a paisagem vai-se compondo tanto de rochedos esculpidos como de uma diversidade florística digna de assinalar: cerca de 600 espécies de plantas habitam o parque, representando um quinto do total existente em Portugal, entre elas 27 espécies de orquídeas selvagens, cerca de 50% das orquídeas autóctones nacionais. É no princípio da Primavera que a maioria floresce, desenhando os seus complexos contornos de cores exuberantes um pouco por todo o parque, nomeadamente nas zonas da serra da Lua, Alvados, Arrimal ou Lapa dos Pocilgões. Há cachos de orquídeas-piramidal, orchis mascula ou erva-do-salepo, encontram-se as formas e nomes extravagantes da orchis itálica (conhecida como flor do homem nu ou dos macaquinhos dependurados), da erva-abelha e da flor-dos-passarinhos ou as mais raras dactylorhiza insularisorchis collinaophrys atrata e ophrys dyris.

Óbidos, vila florida

Em 1282, D. Dinis doou a vila de Óbidos — conquistada aos mouros em 1148 por D. Afonso Henriques — à sua futura esposa, rainha Santa Isabel, como presente de casamento. Desde então, a localidade e as terras em redor passaram a fazer parte do dote de todas as rainhas de Portugal, até 1883. Não será, por isso, de estranhar que a vila — envolvida num abraço de muralhas medievais e coroada pelo castelo — seja considerada não só umas das mais românticas, como uma das mais floridas do país.

As ruas tortuosas de paralelepípedos vão sendo ladeadas de pequenas casas caiadas de branco, debruadas ora de azul, ora de amarelo, algumas com vãos e janelas manuelinas, quase todas com telhas de barro e decoradas com vasos de flores e plantas trepadeiras, que na Primavera vibram de cor e aroma. As mais emblemáticas são as buganvílias, com o seu rosa-vivo, mas também se derramam pelas paredes alvas madressilvas, gerânios e glicínias, entre outras.

As Festas da Semana Santa, durante as quais são recriados os passos da via Sacra com procissões entre 30 de Março e 5 de Abril, e o popular Festival do Chocolate, de 16 de Abril a 3 de Maio, são razões extra para uma visita nos próximos meses. 

Parque Natural do Tejo Internacional
Observar as aves da estação

O Tejo vai delineando as fronteiras de Portugal e Espanha nos confins da Beira Baixa, desenhando com os afluentes Erges e Ponsul os contornos do parque natural. Na Primavera, as cores pardas que caracterizam o mato rasteiro, as azinheiras e os sobreiros que vão galgando as ondulações do terreno ganham novas matizes: o branco das estevas e das giestas, o rosa da urze e da rosa-albardeira, o roxo perfumado das planícies de rosmaninho. É nesta altura que o parque — onde coabitam 154 espécies de aves, 44 de mamíferos, 15 de anfíbios, 20 de répteis, 12 de peixes e 153 de insectos, segundo contabilizações do site do Turismo de Portugal — se torna uma importante área de nidificação de aves, nomeadamente da rara cegonha-preta, que aqui permanece até Setembro, e do abutre-do-egipto. As zonas de montado são ainda palco de reprodução e alimentação de várias espécies protegidas, como a águia de bonelli e o abutre-negro. Na aldeia de Rosmaninhal, uma colónia de andorinha-dos-beirais traz no dorso negro e ventre alvo o anúncio mais emblemático da estação.

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