Fugas - Viagens

  • Enric Vives-Rubio
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Lá vai Lisboa na ponta dos dedos

Por Mara Gonçalves

Acha que conhece Lisboa? O desafio foi lançado pela Google, que nos levou a passear de olhar dividido entre o telemóvel e a cidade.

Estamos em frente à Sé de Lisboa, o guião do peddy-paper desenhado pela Lisbon Walker numa mão, o telemóvel comprido e esguio disponibilizado pela Google na outra, as seis apps que iremos utilizar alinhadas no ecrã. Entretanto, já tínhamos iniciado a RunKeeper, que dá o tiro de partida e de chegada do passeio, registando no mapa todo o percurso que o grupo de jornalistas fará esta manhã por Lisboa.

Agora, é na Rewind Cities que clicamos, para nos levar atrás no tempo, revelando os passados da catedral alfacinha. É com ela que, entre fotografias antigas e informação geral, ficamos a saber que “durante a revolução de 1383-85, foi lançado do janelão de uma das torres da Sé, o bispo de Lisboa, Martinho de Zamora, por não ter aceite como rei D. João, mestre de Avis”. E assim descobrimos “o nome do bispo voador”, a primeira pergunta da “prova”. Antes de descermos até à Casa dos Bicos, hoje Fundação José Saramago, entramos ainda na máquina do tempo da aplicação portuguesa para ver como era a fachada da igreja no início do século XX.

A funcionalidade Time Machine é talvez a mais impressionante da Rewind Cities (embora tenham sido necessárias várias tentativas até atinarmos com o funcionamento) e a ela voltamos de seguida para perceber os efeitos do terramoto de 1755 na Casa dos Bicos e, pouco depois, para descobrir o antigo edifício da Alfândega na Praça do Comércio.

Daqui, o Google Maps confirma-nos as direcções até à Rua dos Correeiros, por onde devemos seguir até à Praça D. Pedro IV para uma nova viagem ao passado. Caminhamos até o marcador da aplicação passar de preto a cor-de-rosa, alinhamos a fotografia no ecrã com o edifício lá ao fundo e, de repente, é o antigo Hospital de Todos-os-Santos que surge em realidade aumentada, o século XVI a entrar telemóvel dentro, qual passe de magia. O truque tecnológico repetir-se-á uma última vez, para reerguer o Mercado da Praça da Figueira, demolido em 1949, antes de rumarmos ao Martim Moniz.

A larga praça, multicultural por excelência, foi um dos locais escolhidos para mostrar as potencialidades do Google Tradutor em viagem, numa conversa com uma alemã, da equipa organizadora. “O meu nome é Claudia e sou da Alemanha”, repete em português o dispositivo. “Para onde devemos ir a seguir?”, perguntamos em direcção ao telemóvel, que devolve a questão em alemão. Claudia não sabe, mas o guião aponta para a Rua das Portas de Santo Antão, que cruzamos em direcção à Avenida da Liberdade.

Na Praça dos Restauradores detemo-nos para mais um cartão informativo da Field Trip, a primeira aplicação criada pelos Niantic Labs, uma start-up da Google (que já tínhamos utilizado na Praça D. Pedro IV). O pequeno artigo vai revelando os vários pormenores do “obelisco de pedra gigante no centro” do largo, desde a construção financiada por “doações públicas para celebrar a libertação de Portugal de Espanha pouco mais de 200 anos antes” até às figuras de bronze, Vitória, “com o seu louro e coroa”, e Liberdade, com “uma secção de cadeias quebradas”.

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