Menos central mas com vistas soberbas para o fiorde Nolsóy e a cidade é o Hotel Foroyar, na Oyggjarvegur, 45, famoso por ter acomodado Bill Clinton. Se desejar ficar instalado na suíte ocupada pelo antigo presidente norte-americano, espere pagar qualquer coisa como 940 euros mas o hotel, desenhado pelos conhecidos arquitectos dinamarqueses Friis & Molkte e com uma cobertura do telhado em relva natural, tem outros quartos com preços mais acessíveis (single por 200 euros e um duplo por 240) — e abriga o já citado restaurante Koks.
A visitar
Tórshavn tem alguns espaços interessantes que justificam um olhar, como o Fornminnisavn, em Hoyvík (a dois quilómetros do centro), um museu de história que contém artefactos religiosos e marítimos, barcos, arte antiga, alguns utensílios domésticos e agrícolas desde a Idade Viking e da Idade Média até aos tempos modernos, bem como o Náttúrugripasavn, o museu de história natural, e o Listasavn Foroya, o museu de arte que promove trabalhos de artistas locais. Numa cidade fácil de percorrer a pé, vale a pena dar uma espreitadela ao Niels R Finsen Memorial, uma homenagem ao físico feroês que ganhou o Prémio Nobel da Medicina no início do século XX e actualmente considerado o pai da radiologia. Enquanto criança, Niels R Finsen esculpiu as suas iniciais numa pedra num lugar hoje ocupado por um pequeno parque, cem metros a norte da Gongin.
Se Tórshavn, na ilha de Streymoy, ocupa grande parte do tempo do turista, outras ilhas há que não devem ser ignoradas, ilhas que combinam a força da natureza com a antiga cultura norueguesa e que tão facilmente, devido à sua infinita beleza, magnetizam quem as visita. Lítla Dímun é a única que não é habitada, em Stóra Dímun e em Koltur não encontrará mais do que um casal — mas não deixará de abrir a boca de espanto quando, mal a bruma se levanta, perscrutar, depois de percorrida uma estrada que se semelha a uma serpente, a pequena aldeia de Funningur, na ilha de Eysturoy, com as suas casas de cores tão alegres beijando a baía protegida por fiordes magnificentes. E seguramente que não ficará indiferente à aldeia de Gjógv, no Norte da mesma ilha, uma das mais pitorescas das Feroe e uma boa base para quem deseja vencer os 882 metros a que se eleva Slættaratindur, que se pode escalar, sem grande dificuldade, em quatro horas e goza do estatuto de mais alta montanha entre as dez das ilhas com mais de 800 metros.
Nólsoy cativa também pela sua aldeia e pelo farol que se alcança após uma caminhada de sete quilómetros e Mykines, a mais ocidental de todas as ilhas, é justamente considerada a jóia das Feroe — uma sensação inigualável quando, após deixar o cais onde o ferry atraca, se sobem quase 140 escadas e se depara com uma aldeia que produz no viandante um fascínio instantâneo. Uma sensação que não se desmorona — pelo contrário — se conciliar uma visita a Mykines com uma passagem pelo ilhote de Mykineshólmur (ligados por uma ponte pedonal), para ver os papagaios-do-mar e o farol, rodeado por uma das mais densas populações do mundo de colónias de pássaros. Para terminar, talvez conciliando com um regresso ao aeroporto, uma caminhada até Gásadalur, na ilha de Vágar, para ver como uma cascata se atira para as águas do mar, mesmo ao lado da aldeia homónima com 18 habitantes — até à construção de um túnel, em 2004, não eram mais de oito e o carteiro levava quatro horas para ali chegar e entregar cartas de amor ou recibos para pagar.
Klaksvík, na ilha de Borðoy, é a segunda cidade mais importante das Feroe, com uma atmosfera de aldeia e, como Tórshavn, com uma economia à base da pesca, mas com dois lugares que devem ser visitados: a Christianskirkja, uma igreja com uma pia sacrificial com 4000 anos de um templo pagão e que serve de fonte baptismal, e o Norðoya Fornminnasavn, o museu das ilhas do norte, aberto ao público apenas entre Junho e Agosto.