Fugas - Viagens

João Silva

Açores, a natureza debaixo de água

Por Mariana Correia Pinto

Um passeio pelo mar açoriano em busca de avistamentos de baleias ou golfinhos. Mas quem manda são eles... Será que aparecem?

“Isto são os Açores.” A frase vai surgindo ao longo da viagem, de cada vez que o carácter do tempo se faz sentir (da chuva ao sol ou do céu azul ao cinzento em poucos minutos), de cada vez que uma megapaisagem verde-azulada nos invade os sentidos, de cada vez que a natureza grita. E voltou a acontecer ali, no meio do Atlântico.

Tínhamo-nos feito ao mar com pouca esperança (não havia indicações de muitos animais na água) e ao fim de uma boa meia hora num semi-rígido a bater de frente com as ondas já estávamos resignados. Rui Melo, da empresa Azores Sub, tinha avisado — “Há sempre a possibilidade de não termos sucesso, elas é que mandam...”. Elas são as baleias (ou cachalotes ou golfinhos). 

E Rui tinha razão: elas é que mandam — e decidiram aparecer quando estávamos já a ensaiar o regresso a terra. “Ali está. É um cachalote”, avisou Rui enquanto se aproximava lentamente.

Primeiro o filho, depois a mãe. Gigantes, dissemos nós. Não tanto, garantiu o mergulhador profissional, habituado àquele mundo e dificilmente impressionável. Estávamos satisfeitos.

Dali, outra paragem a comprovar as maravilhas do mundo: o ilhéu de Vila Franca, a poucos minutos da marina de onde havíamos saído à procura dos mamíferos marítimos, é uma pequena ilhota vulcânica de beleza impressionante.

Vale uma tarde bem passada (leve mantimentos porque por lá não se vende nada) e é um bom local para quem se quiser aventurar no snorkeling. Quem se bateu contra o frio das águas e ignorou o céu encoberto garantiu-nos que é imperdível.  

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