Fugas - Viagens

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Os Passadiços do Paiva são um fénomeno e estão de volta

A carne arouquesa vendeu-se bem no Verão passado e os taxistas fizeram mais viagens do que o habitual. Paulo Sousa também trabalha num talho e alguns dos visitantes dos passadiços tornaram-se seus clientes para levar a vitela de Arouca para casa. As encomendas dos restaurantes também aumentaram. “Não estávamos à espera de tanta gente, fornecemos mais carne aos restaurantes”. 

Óscar Almeida, taxista, faz contas e adianta que o trabalho aumentou mais de 50% depois da abertura dos passadiços: “Foi um Verão em cheio, mas durou pouco tempo". "Havia trabalho para todos, os passadiços são uma coisa interessante para Arouca”, acrescenta o taxista, que transportou clientes que repetiram a visita aos passadiços três, quatro vezes. “Levei um casal de Sintra que era a terceira vez que vinha”, recorda.    

Cada foto, um quadro

Artur Neves, presidente da câmara local, sabia que a obra não iria passar despercebida. “Qualquer infra-estrutura num território como o nosso, que valorizasse um recurso paisagístico imponente, teria impacto”, diz ao PÚBLICO. Mas o que aconteceu não estava nas suas previsões mais optimistas. 

A realidade mostrava-lhe que o turismo de natureza era equilibrado e não de massas, de multidões. O autarca tem várias explicações para a elevada procura dos passadiços: “A singularidade do projecto, a paisagem, a biodiversidade, a limpidez das águas, as cascatas, a garganta do Paiva. Qualquer fotografia é um quadro absolutamente deslumbrante”. 

Artur Neves admite que há um antes e um depois. “Os passadiços revolucionaram completamente o concelho e a economia local. Os dois milhões de euros ali investidos já entraram no concelho”. Espera agora que a procura seja contínua, e não tem dúvidas de que o projecto tem sustentabilidade garantida. 

Joaquim Cunha, presidente da Junta da União de Freguesias Espiunca/Canelas, território do trajecto dos passadiços, acredita também que o percurso continuará a ser um sucesso. “Ultrapassou tudo o que era expectável, o ano passado foi extraordinário. Cafés cheios, a carne esgotou várias vezes nos restaurantes. Na nossa freguesia, freguesia rural, passarem cinco, seis carros por minuto; isto mexe com as pessoas”, refere. 

O autarca chega a falar de algo “sobrenatural”, “fora do normal”, e encontra explicações na beleza que Arouca tem, nas serras, nos vales e no Paiva. Na sua opinião, é difícil encontrar no país um rio “com tanta beleza” como o Paiva. As expectativas não baixam, portanto, e as alterações são bem-vindas. “As novas infra-estruturas vão ajudar a colmatar as deficiências entretanto detectadas porque ninguém esperava tanta gente nos passadiços”. 

A SOS Rio Paiva – Associação de Defesa do Vale do Paiva está satisfeita com as restrições de acesso. Havia várias situações que a preocupavam, como o corte de vegetação nas margens do rio, o lixo espalhado ao longo do percurso, o excesso de pessoas nos passadiços, as infra-estruturas ilegais e de venda ambulante no trajecto. 

Em Novembro do ano passado, a SOS Rio Paiva enviou algumas propostas à câmara para que fosse criado um ponto de recepção dos visitantes com informação sobre a área protegida, criação de quebras no pavimento, monitorização do impacto da estrutura no ecossistema. Os visitantes, em seu entender, devem também ser alertados para os riscos e grau de dificuldade do percurso. 

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