Fugas - Viagens

  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Adriano Miranda
  • Adriano Miranda
  • Adriano Miranda
  • Adriano Miranda
  • Adriano Miranda
  • Adriano Miranda

Os Passadiços do Paiva são um fénomeno e estão de volta

Por Sara Dias Oliveira

Trajecto ao longo do Rio Paiva reabre para visitas.

Esta segunda-feira, os passadiços do Paiva, em Arouca, percurso de oito quilómetros pela margem esquerda do rio, reabrem ao público depois de um incêndio em Setembro ter obrigado a um fecho abrupto. Nessa altura, achou-se por bem pensar na elevada afluência de cerca de 200 mil visitantes recebidos em dois meses e meio de funcionamento. O fogo engoliu 600 metros dos passadiços, o que obrigou a uma intervenção nessa zona e, ao mesmo tempo, a repensar o acesso ao trajecto que recebia uma média diária de 7000 visitantes. 

Agora, o acesso é limitado a 3500 pessoas por dia, que têm de pagar um euro, fazer marcação prévia no site www.passadicosdopaiva.pt, e apresentar a reserva aos funcionários que estão nas três entradas instaladas no percurso. A população de Arouca tem entrada livre mediante a apresentação de um cartão de residente que custa 2,50 euros, sem IVA, e é válido por três anos. Até à reabertura tinham sido pedidos mais de 500 cartões. 

Há outras alterações nos passadiços. Um troço de cerca de um quilómetro, na zona do Areinho até à queda de água das Aguieiras, mantém-se de acesso livre. A zona balnear do Vau tem agora instalações sanitárias e Espiunca e Areinho estacionamentos para 400 viaturas em cada lado.

A vila de Arouca sentiu na pele, e nos bolsos, a procura dos passadiços do Paiva e não mais foi a mesma. Cafés e restaurantes cheios, mais quartos alugados, mais reservas no hotel da vila e noutros concelhos ao redor, mais negócio nas bombas de gasolina, mais viagens para os taxistas. Os passadiços excederam a melhor das melhores expectativas e os comerciantes agradecem. 

“Os passadiços fazem muito bem à terra, vinha imensa gente de fora, os taxistas tinham trabalho a toda a hora, fazia-se negócio a vender frutas, doces”. Esmeralda de Oliveira, ex-professora primária, agora dona de uma loja de artesanato na vila, conta o que os seus olhos viram no Verão passado. “Um movimento fora de série. Para a vila foi muito bom, foi um acontecimento”, refere. 

Paula Cristina, empregada num snack-bar na principal avenida de Arouca, confirma. A esplanada do estabelecimento onde trabalha nunca teve tanta gente. “Sentimos uma mudança, muita gente aproveitou aquela maré, foi uma novidade, e tivemos trabalho que nunca tivemos noutros anos”, diz.
 
Depois do incêndio e do fecho dos passadiços, a vila ficou mais deserta. “Esperamos que a partir de agora seja como no ano anterior, porque é bom para a terra. Damos a conhecer a cultura, o artesanato, a gastronomia e todos os produtos são daqui, são óptimos”. Francisco Freitas tem um restaurante e quando via gente de sapatilhas e mochilas já sabia de onde vinham. Chegou a ter casa cheia vários dias. 

“Era a loucura, muita gente de fora, perguntavam-nos o que se passava em Arouca, porque não havia comida”, recorda. A enchente de forasteiros foi uma boa ajuda para o seu negócio que vivia dias complicados. Por isso, espera que esse tempo volte depressa. 

Jorge Teixeira trabalha num talho com montra para a Avenida 25 de Abril. Muita gente parava-lhe à porta a perguntar o caminho para os passadiços. “Todos os dias parecia uma feira. Havia muito movimento, foi uma coisa fora de série”, diz. O talhante reconhece a imponência da obra ao longo da margem do Paiva, ficou surpreendido com o resultado. “Conhecendo o terreno, é fora do vulgar”. 

--%>