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O erro em Benidorm é chegar e só ver praia

 

Alicante, sol na base da montanha, à beira-mar

Diz a graça popular que Alicante tem 300 dias de sol por ano. Disseram os gregos que era a montanha branca. “Cidade da Luz” (Lucentum) chamaram-lhe os romanos. A cidade da terra seca, mais próxima de ser amarela que branca, que contrasta com o mar. “Alicante trespassada pelo Mediterráneo”, descreveu Gabriel Miró, o poeta imortalizado nas paredes do casco antigo da cidade.

Só o Castelo de Santa Bárbara e a Basílica de Santa Maria, remendados pelas ocupações, podem explicar grande parte da história da cidade. “Há que pensar em Alicante como a cidade que todos quiseram atacar”, sublinha Rosel Difraya, à medida que guia a visita pelo castelo. Alicante que foi palco de guerras entre os reinos de Aragão e de Castela, uma cidade onde atracavam piratas e corsários, atacada por romanos e otomanos, disputada por franceses e ingleses na Guerra da Sucessão.

O castelo é, na verdade, uma fortaleza, das maiores do país, rica em grafismos. Há escritos nas pedras de soldados fascistas, prisioneiros da Grande Guerra, e de republicanos, dizendo à história que o castelo foi tomado pelo lado franquista da Guerra Civil espanhola. Pode-se subir para o cerco a pé ou no ascensor, escavado por dentro da montanha, no passeio de Gómiz, mesmo “à porta” da praia do Postiguet.

O castelo construído no ponto mais alto do monte Benacantil espreita a cidade, capital da segunda província mais montanhosa de Espanha. Oferece o melhor miradouro para a Alicante em tons de terra, nas casas, nos telhados, nas ruas. Assim, nas cores e na arquitectura, a cidade denuncia os 800 anos de presença muçulmana.

Dali vê-se a serra Grossa, elevada a mais de 160 metros acima da linha de água, de onde se tirou grande parte do material que edifica as avenidas compridas de Alicante. A serra é o mais prestigiado balcão da cidade sobre o Mediterrâneo.

Espelho de conflitos bélicos entre nacionalidades e regimes políticos, a cidade viu-se também dividida, em tempo de guerra e em momentos de paz, por mouros e cristãos. A Basílica, gótica do XIV e XVI, ergueu-se sobre as bases de uma antiga mesquita. Era ali o antigo centro árabe, até que os cristãos venciam os muçulmanos e a história reedificava-se.

Dentro da cidade antiga, as casas do bairro de Santa Cruz puxam lustro da cal. Os passeios e varandas floridas desta zona da cidade podem ser vistos a pé – não há carros a passar neste bairro, tradicionalmente cristão, dentro das antigas muralhas de Alicante. Fora do muralhado está o antigo bairro muçulmano El Raval Roig que foi, depois, um dos primeiros bairros de pescadores. Em frente à praia, com o advento do turismo, as casas baixas do bairro cederam, em altura, à arquitectura anos 70.

Nessa década, Alicante deu o mar quente aos banhos e os homens deixaram de se lançar a ele para pescar. O desaparecimento do porto de pesca ordenou que se procurassem outras ocupações económicas. Na grande baía no Mediterrâneo, na base da montanha, o turismo era semente em terra fértil. O mercado de peixe fresco tinha fechado, mas o turismo voltou a acender os ânimos para o reabrir.

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