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O erro em Benidorm é chegar e só ver praia

Alicante que arde a cada esquina

Em Alicante vende-se o estilo de vida: o bem comer, o sol, as praias, os bares, o bem dormir. Para Chema Quintana, guia do Turismo da Costa Branca, a isto tudo se chama o “saber viver espanhol”. Fala no desfruto das esplanadas, das tapas e da cerveja fresca.

Miguel não precisa que muitos promovam a sua esplanada. Os cem anos da casa fazem-no por si. Localizada no largo passeio calcetado que mesmo os registos oficiais chamam de Esplanada, Peret apregoa a venda dos leites com canela e limão (leche preparada ou leche merengada) e da orchata tradicional, uma bebida fresca e doce, feita a partir de um tubérculo produzido na comunidade valenciana, chufa.

A qualquer hora da tarde, as ruas vêem-se cheias de gente, os bares têm as mesas ocupadas como se já tivesse descido a noite. A noite, essa, é para os mais jovens. A tarde é dos adultos.

Mas no final de Junho o dia (a tarde e a noite) é de todos. São as festas de São João.

Rosel mora a nove quilómetros do centro de Alicante, mas a distância tem pouca força perante o som frenético, estridente, prolongado, da competição sonora pirotécnica que brada na cidade. É a Mascletá, onde todos os dias, à mesma hora, uma empresa diferente presenteia a sua arte. Todas são aplaudidas. Lágrimas e lenços brancos só para as melhores performances.

O barulho - das bandas que percorrem a cidade, dos petardos e os pequenos estalidos – está em todas as ruas, nas brincadeiras de todas as crianças. Quase como o fogo. Esse desce à cidade no dia 24, na noite em que quase duas centenas de “monumentos” de cartão-pedra que cada bairro construiu são queimados - todos, menos o mais original, que vence o concurso e vai para o museu.

Diz-se que o fogo afasta os maus espíritos. E esta é uma Alicante diferente, em festa, que arde a cada esquina.

Sol troca as montanhas pelo mar

A província puxa pela história para ser uma referência para o país: é em Alicante que se define o nível zero do mar, começou ali uma longa tradição de oferendas florais nas igrejas católicas e não há água mais antiga na Europa que a que nasce em Tibi.

Garantem os guias que a visita só é completa indo aos pueblos da província. Paragem marcada para o Pantano de Tibi e a ilha fortificada de Nueva Tabarca que, juntamente com o castelo, concorrem a património da UNESCO. A estrada segue depois para a cidade perdida nas palmeiras de Elche. Viaja-se ao longo da costa, à medida que o sol troca as montanhas pelo mar.

 

As cores e o solo quente de Jijona

A maestria ganha-se com a idade. Maria de Teresa conquistou-a em frente ao forno, no amassar de doces de anis e no manuseamento das grandes panelas que, de meia em meia hora, tira e põe ao lume. Não há botões: tem que tirar a lenha, limpar, colocar nova lenha e esperar cinco horas até o forno estar “al punto”. Já não tem calor, de tantos anos que leva em frente do forno com quatro metros de diâmetro, o maior da pequena cidade de Jijona. É o seu forno, a sua cozinha, onde entrou para trabalhar aos 11 anos.

O ofício termina consigo. Maria de Teresa é a terceira geração a gerir o Forn del raval de la Peñita e os filhos não querem dar continuidade. No número 10 da Calle Raval, onde amassa há mais de meio século, encaixa os doces de amêndoa - toñetes, doblades e iguales - que de manhã tirara do forno. À hora de almoço, tira o arroz. É tão grande a pá que chega ao fundo do forno que tem que a apoiar numa cadeira no fundo da cozinha.

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