Fugas - Vinhos

  • Quinta da Fata
    Quinta da Fata
  •  Quinta da Falorca Garrafeira Old Vines 2007
    Quinta da Falorca Garrafeira Old Vines 2007
  • Quinta das Marias: Quinta das Marias Encruzado Fermentado em Barrica 2011
    Quinta das Marias: Quinta das Marias Encruzado Fermentado em Barrica 2011
  • Vinha Paz Reserva 2009
    Vinha Paz Reserva 2009
  • Quinta das Maias Jaen 2011
    Quinta das Maias Jaen 2011

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Cinco nomes que puxam pelo que o Dão tem de melhor

E é isso que alguns produtores da região têm feito, uma aposta na originalidade, seja pela manutenção dos vinhos clássicos do passado, seja pela apresentação de castas da região menos habituais nos rótulos, seja pela afirmação de um estilo próprio e inimitável. Entre os muitos produtores da região assinalei cinco que se revelam singulares por razões diversas, nomes tão descoincidentes como Quinta da Falorca, Quinta da Fata, Quinta das Maias, Quinta das Marias e Vinha Paz, tendo seleccionado um vinho de cada produtor como exemplo clássico dessa diferença.

A Quinta da Falorca distingue-se pelo apelo do classicismo dos seus Garrafeira, vinhos enormes e coincidentes com a grande tradição do Dão, mas também pela irreverência do T-Nac, um Touriga Nacional sem madeira que exalta sem pudor os aromas primários inebriantes da casta. A Quinta da Fata mostra o lado mais clássico e tradicionalista do Dão estampado em vinhos sólidos, austeros, duros mas frescos, secos e finos, profundamente elegantes e com décadas de vida pela frente.

A Quinta das Maias reverbera pela defesa apaixonada de uma das castas mais emblemáticas do Dão, o Jaen, apresentando-se como um dos defensores maiores desta variedade que a região parece querer insistir em menosprezar. E ainda teve tempo no passado para engarrafar castas tão enigmáticas como o Barcelo, exemplo raro de uma das castas perdidas da região. A Quinta das Marias conseguiu fazer a quadratura do círculo no Dão, juntando a elegância, austeridade e frescura acídula inata ao Dão com uma energia telúrica, uma robustez e audácia que raramente vemos na região.

Apesar de discretos, graves e sisudos os vinhos de Vinha Paz representam a súmula de todos os predicados do Dão, vinhos, profundos e intelectuais, nobres e supinamente bem-educados, clássicos mas cerebrais, cultos e com um leve toque de asperezas que lhe assentam tão bem.

Cinco produtores do Dão distintos no estilo e nos objectivos, diferentes no passado, nos propósitos e na abordagem mas comparáveis na procura de qualidade, identidade e empenho, na promessa de continuação e renovação da região. Cinco produtores importantes para o Dão pela autenticidade e dignidade que impõem ao nome da denominação.
 

Quinta da Falorca
A história da Falorca começou há mais de cinco gerações quando a família Figueiredo adquiriu um conjunto de propriedades dispersas em redor da vila de Silgueiros. Hoje, os vinhos da Quinta da Falorca nascem de três parcelas de vinha separadas por três áreas, a Falorca, a maior com sete hectares, o vale das Escadinhas, de quatro hectares e a Esmoitada de pouco mais de um hectare onde sobrevivem as vinhas mais velhas da casa. Entre os vinhos mais representativos da casa encontra-se o Quinta da Falorca Garrafeira Old Vines, um vinho sério, vivo e tenso, largo nos horizontes e duro na métrica e na rítmica, preciso e intenso. Por vezes surge quase brutal, por vezes mais dócil, mas sempre vigoroso e entusiasta na entrega. Preço: 35 euros (Colheita de 2007)

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