Para o mercado internacional não é importante usar castas que sejam reconhecíveis?
O mundo está inundado de Sirah e de Cabernet Sauvingon. Mostrem algo de novo. As pessoas que fazem o marketing dos vossos vinhos têm que, de alguma forma, saber apresentar essas particularidades.
Mas o mercado britânico é difícil. As pessoas não vêem os vinhos portugueses como deveriam ver. O Vinho do Porto está sempre lá, mas é muito difícil de vender no Reino Unido. Temos leis que proíbem que se beba e conduza e temos a questão da saúde. As pessoas bebem vinho às refeições como não faziam antes. Mas os licores, os conhaques ou outros, bebem em casa, porque vão ter que guiar até casa.
E têm Porto em casa?
Eu tenho, mas sou uma excepção. Agora existe o Porto Rosé. Porquê? Presumo porque têm que encontrar outro mercado. Rosé está muito na moda no Reino Unido e não só. E um grande mercado. Temos que nos adaptar ao mercado, não podemos dizer às pessoas o que é que elas gostam. Brandy, conhaque, licor, são muito difíceis de vender no final de uma refeição, tal como o Porto. Antes era capaz de vender 25. Agora… dois, três, se tivermos sorte. As pessoas não estão a beber no final da refeição.