Fugas - Vinhos

  • Adriano Miranda
  • QUINTA DA MURTA RESERVA BRUTO
    QUINTA DA MURTA RESERVA BRUTO
  • QUINTA DE SAN JOANNE RESERVA BRUTO
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  • MURGANHEIRA CUVÉE RESERVA ESPECIAL BRUTO
    MURGANHEIRA CUVÉE RESERVA ESPECIAL BRUTO
  • VÉRTICE MILLÉSIME BRUTO
    VÉRTICE MILLÉSIME BRUTO
  • QUINTA DAS BÁGEIRAS GRANDE RESERVA BRUTO NATURAL
    QUINTA DAS BÁGEIRAS GRANDE RESERVA BRUTO NATURAL

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Os espumantes portugueses entraram na moda e ainda bem

Muitos produtores descobriram o potencial das suas vinhas e muitos consumidores descobriram os predicados dos vinhos espumantes, a qualidade e a facilidade de harmonização com a mesa. Muitos viticultores e produtores descobriram que as vinhas situadas a maiores altitudes, onde é mais fácil manter a acidez, proporcionavam uvas primorosas para os vinhos espumantes. Outros, sobretudo aqueles com vinhas situadas nos climas mais frios de Portugal, descobriram uma nova competência em vinhas que até então lutavam por completar uma maturação correcta. Nenhuma região ficou imune a tamanho frenesim, nem mesmo o Alentejo ou o Tejo, regiões de clima mais quente, com vinhos mais maduros e onde por vezes não é fácil encontrar a acidez pungente que é indispensável para elaborar os vinhos base, ainda antes da segunda fermentação em garrafa, ainda antes da espumantização.

O dilema do método clássico

Como muitos descobriram por experiência própria e pelos desafios a que têm sido submetidos fazer vinhos espumantes não é fácil ou barato, sobretudo quando se sabe que a produção portuguesa é na quase totalidade dos casos elaborada segundo o método clássico, o mesmo método ancestral, fiável mas demorado, que é seguido na região francesa de Champagne. Ao contrário do que fez escola em muitos outros países do mundo, Espanha, Itália ou Alemanha incluídas, a quase totalidade dos produtores nacionais continuam a seguir os preceitos clássicos da espumantização natural, o melhor método para criar uma bolha mais fina, elegante e intensa, descartando o método de produção contínua conhecido como Charmat, técnica de resultados muito mais rápidos e custo muitíssimo inferior… mas de resultados inferiores na integração da bolha.

Os resultados finais dos espumantes portugueses são muito melhores mas o custo é também ele superior, não só nos custos económicos directos como nos custos indirectos, no tempo de imobilização das garrafas na adega, na falta de remuneração imediata, nos encargos de stocks elevados. Muitos produtores, sobretudo nos espumantes mais tradicionais e de melhor qualidade, deixam o vinho repousar durante mais de quatro anos chegando, em casos excepcionais, a deixar o vinho no repouso da segunda fermentação durante quase oito anos. Bairrada, Vinho Verde, Távora-Varosa e Bucelas são as regiões que apresentam melhores condições naturais para a elaboração de grandes vinhos espumantes.

Cinco escolhas de espumantes

Quinta das Bágeiras Grande Reserva Bruto Natural

Mário Sérgio Alves Nuno é a alma e coração da Quinta das Bágeiras, um produtor bairradino muito pequeno, quase boutique, que transformou num dos principais guardiões das tradições da região. Mário Sérgio é um classicista assumido, animado pelo respeito às castas locais e adepto ferrenho da manutenção das práticas intemporais da Bairrada. Tudo é feito à moda antiga e em respeito pela natureza e pela tradição, sem facilitismos, sem dogmas, sem receitas. Os vinhos da Quinta das Bágeiras encontram-se entre os melhores da Bairrada e de Portugal os espumantes não são excepção. Mário Sérgio é um dos poucos produtores que continua a apostar nos espumantes velhos, vinhos complexos e vivos, vinhos quase intermináveis. O Grande Reserva sem adição de açúcar de expedição é um espumante clássico repleto de notas de fermento de padeiro, chá preto, biscoitos e ervas aromáticas secas. Complexo e vivo termina longo e misterioso.

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