Fugas - Vinhos

Adriano Miranda

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“O Dão é das poucas regiões que resistiu à entrada de castas estrangeiras”

Os vinhos do Dão envelhecem muito bem, mas estão a sair cada vez mais novos…

Mais uma vez, a conjuntura económica tramou-nos, porque as pessoas hoje não compram vinhos para os ter em casa durante vários anos. Agora vamos ao supermercado comprar vinhos para beber daqui a bocado. Há alguns mercados, como o suíço, por exemplo, que ainda compra vinho de um ano para o consumir no ano seguinte, mas é cada vez mais difícil fazer vinhos para guardar alguns anos em casa. O aumento dos custos de produção e a pressão sobre o preço final do vinho não nos deixam muitas alternativas. Eu próprio estou a vender reservas de 2012. É a vida.

Os vinhos de João Paulo Gouveia

O objectivo era estabilizar nas cinquenta mil garrafas e, quanto muito, crescer até às 80 mil, mas, em pouco mais de um ano, fruto das circunstâncias do negócio, João Paulo Gouveia viu a produção de Pedra Cancela, a sua marca, subir exponencialmente. A saída do vinho Boas Vinhas, de Nuno Cancela de Abreu, do portefólio da distribuidora Lusovini, levou os responsáveis da empresa a apostar no Pedra Cancela, transformando esta marca na sua principal bandeira. A decisão obrigou ao arrendamento de 40 hectares de vinha, que permitiu lançar novas referências premium, como o Pedra Cancela Signatura (branco e tinto), e um novo vinho de combate que está a ser exportado para inúmeros países, o Pedra Cancela Selecção do Enólogo. Hoje, as vendas de Pedra Cancela rondam o meio milhão de garrafas.

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