Cinco dicas essenciais
Utensílios
No restaurante ou em casa, há alguns utensílios que não podemos dispensar para um bom serviço de vinhos. Obrigatório mesmo é um bom saca-rolhas, um decanter, uma manga de refrigeração ou um frappé (para encher de água e gelo e mergulhar lá a garrafa que se quer refrigerar) e um bom copo. Se quiser aprimorar-se, não dispense também um corta cápsulas e um termómetro para ver a temperatura do vinho no copo.
Ordem de servir os vinhos
É normal bebermos mais do que um tipo de vinho durante uma refeição. Uma regressa essencial é começarmos com vinhos secos, tipo brancos sem madeira ou um champanhe ou espumante brutos. Se iniciarmos o serviço com vinhos doces, vamos prejudicar a percepção dos vinhos seguintes. Depois, o percurso normal é irmos aos brancos, primeiro os sem madeira, depois os fermentados e estagiados em barrica; seguirmos com os tintos, dos mais novos para os mais velhos; e acabarmos com vinhos doces (colheitas tardias, Moscatel, Vinho do Porto) ou novamente com champanhes ou espumantes brutos, cuja frescura nos limpa e refresca a boca. Brancos mais gordos e tintos encorpados também podem ser perfeitos para certas sobremesas.
Temperatura dos vinhos
Esqueça essa ideia de que o vinho se deve beber à temperatura ambiente. Basta imaginar como seria beber um tinto no Verão à temperatura ambiente. Em termos simples, vinhos quentes de mais só cheiram e sabem a álcool. Frios de mais, não cheiram e não sabem a nada.
Um espumante ou champanhe deve ser servido entre os 6º e os 8º C; os brancos mais frutados e simples devem estar entre os 8º e os 10º C; os brancos com mais corpo e os brancos doces e alguns licorosos como o Porto Tawny entre os 12º e os 14º C; os tintos leves entre os 14º e os 16º C; e os tintos encorpados e os Porto LBV e Vintage entre os 16º e os 18º C. Tenha sempre em atenção que o vinho aquece depressa no copo, pelo que é preferível servi-lo sempre um pouco mais fresco do que o recomendado ou então ir recorrendo a um frappé.
Para refrescar um vinho, é preferível um frappé com água e gelo ao congelador. É mais rápido.
O copo certo
Há momentos tão descontraídos, como um piquenique, por exemplo, em que é pouco importante a escolha do copo. Nestes casos, o melhor é optar também por vinhos mais simples.
Em casa ou no restaurante é diferente. Um bom copo pode fazer toda a diferença. O prazer de um vinho resulta da soma de diferentes sensações: olfactivas, gustativas e até visuais. Ora, está mais do que provado que o comportamento do vinho varia de acordo com o tipo de copo em que é servido. A grossura do vidro e a forma do copo influenciam fortemente a percepção dos diferentes odores e sabores do vinho, ao ponto de já haver copos para castas específicas.
O formato tulipa é o mais indicado, porque concentra os odores na boca do copo e facilita a sua percepção. Depois, consoante o tipo de vinho, é necessário escolher a forma certa de tulipa e o tipo de cristal. Quanto mais fino melhor. Hoje, já existem muitos modelos bons no mercado. Os melhores podem ser demasiado caros. Mas por dois ou três euros já é possível comprar um bom copo.
Decantar
Passar o vinho da garrafa para um decanter de vidro é uma operação que pode fazer toda a diferença. Mas só se justifica em condições muito concretas: quando o vinho tenha acumulado depósito no fundo da garrafa, por não ter sido filtrado; quando possua já alguma idade e possa apresentar algum aroma de garrafa e de redução; quando, mesmo sendo jovem, ganhe com algum arejamento. Um vinho muito velho, a não ser um Porto Vintage, não ganha em ser decantado. Os seus aromas e sabores são tão delicados e frágeis que podem desaparecer rapidamente em contacto com o ar. Nestes casos, o melhor é ir servindo o vinho com muito cuidado. Nos vinhos com depósito, deve-se deixar a garrafa de pé durante 12 a 24 horas antes de a decantar ou servir.