Mais cedo do que se pensa, os viticultores nacionais terão que voltar a “ouvir” a natureza e a praticar uma viticultura sustentável e adaptada às condições climáticas, apostando nas castas mais resistentes e, de preferência, com ligação histórica ao lugar. Ora, se há casta com capacidade para responder às exigências dessa nova ordem climática, essa é a Touriga Franca. Porque responde bem a duas necessidades básicas: produção e qualidade.
Herdade do Portocarro Partage Touriga Franca 2008
É como o Scala Coelli proveniente do Alentejo. Não causa um impacto inicial tão forte, mas talvez seja mais virtuoso, dada a sua enorme elegância e frescura.
Herdade do Portocarro, Alentejo
40€
Charme Tinto 2008
Vinho de vinhas velhas com grande predomínio de Touriga Franca, segundo o produtor. Na nossa opinião, é o melhor Charme de todos os que Dirk já fez. Além da fruta fina, o que sobressai no seu aroma é o odor a cogumelos, terra molhada, caruma, espargos selvagens. Um pouco de Primavera misturada com Outono. Envolvente e fresco, tem a carga telúrica que se associa às montanhas e vales do Douro, apesar da sua cor aberta apontar para outras paragens.
Niepoort, Douro
61,50€
Scala Coelli Touriga Franca 2009
Com 15% de Álcool, surpreende pelo seu notável equilíbrio. Possui grande estrutura e concentração, taninos muito bem trabalhados e boa frescura. Tem fruta madura, vegetal seco e excelente tosta, num registo aromático não muito exuberante mas bastante sedutor. Cresce na boca, revelando altivez e amplitude e enchendo o palato de sensações boas e gostosas. É um vinho poderoso, sem ser bruto, e muito gastronómico.
Adega da Cartuxa, Alentejo
57€