Fugas - Vinhos

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  • Maria João Gala

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Cinco variações para um grande estilo

Algumas companhias começaram entretanto a elevar a fasquia, tornando os seus Colheita mais raros e antigos em objectos da procura internacional por parte dos coleccionadores de preciosidades. A Taylor’s abriu caminho, ao lançar no mercado um Colheita de 1858, o Scion, que descobrira numa adega de um lavrador do Douro, na aldeia da Prezegueda. A Quinta do Vallado apresentou depois o seu Adelaide Tributa, de 1866. E a Graham’s entrou nesse desafio com o Ne Oublie, um vinho criado em 1882, o ano em que o primeiro Symington chegou a Portugal. Como seria de esperar os seus preços são muito elevados (5500 euros por garrafa para o Ne Oublie e 2800 para o Scion). Mas por vinhos desta raridade, antiguidade e excelência, não seria de esperar algo muito diferente. O facto de haver clientes espalhados pelo mundo para os adquirir são afinal mais uma prova do extraordinário potencial dos Colheita para disputar aos Vintage o lugar cimeiro no estatuto do vinho do Porto.

Messias Colheita de 1963
O ano de 1963 foi prodigioso no Douro e se há muito que os Vintage desse ano se tornaram lendários este Messias apenas serve para o sublinhar. Um vinho intenso, explosivo até, cheio de mistérios, gordo, com uma acidez notável, nariz com sugestões de chá preto, casca de laranja cristalizada e alperce maduro. É um daqueles Porto que deixa um rasto de prazer interminável no palato e que é capaz de encher uma sala com os seus aromas. É um Colheita prodigioso. 250 euros  (Na garrafeira Nacional)
 

Poças Colheita de 1997
Os Poças Colheita são característicos pela sua intensidade e na boca e pela presença de aromas de laranja cristalizada e amêndoa torrada. No geral, são compras seguras, ainda por mais a preços absolutamente notáveis. É um vinho com uma enorme amplitude de sabores na boca que acaba com sensações apimentadas muito atraentes. Numa outra dimensão (e preço), o 1967 é um vinho admirável. 27 euros (na winehouseportugal.com)
 

Quinta do Noval Colheita 2000
Os colheitas da Quinta do Noval variam apenas entre o excelente e o magnífico. Este 2000, o mais recente da casa no mercado, está naquele ponto em que a frescura e a acidez se equilibram de uma forma mais evidente com as notas de frutos secos do envelhecimento. É uma excelente opção, mas quem quiser ir á procura das vizinhanças da perfeição terá de viajar no tempo, passar por 1976 e, obrigatoriamente, parar em 1964. Este Colheita, objecto de devoção, é uma obra prima e um vinho do Porto capaz de se bater de igual para igual com o genial Vintage de 1963 que esta casa fez. 45 euros na Garrafeira Tio Pepe
 

Kopke Colheita 1965
Um Colheita absolutamente notável a um preço muito aceitável (para a sua idade e qualidade, obviamente). Nos seus aromas já se detecta um prenúncio de vinagrinho que lhe dá tensão e vestígios de iodo que lhe emprestam exotismo e complexidade. Na boca é todo ele um hino à elegância e à sofisticação. Sedoso, o que deixa sublinhar o impacte de notas de pimenta, com uma frescura notável, acaba com um rasto de aromas de avelã na boca. Um vinho extraordinário. Preço: 180 euros
 

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