Blandy´s Malmsey 1996
O ressurgimento dos vinhos Madeira, um dos mais extraordinários vinhos do mundo, tem estado associado, sobretudo, a duas marcas: Barbeito e Blandy`s. Desta última, propriedade da empresa Madeira Wine Company, têm-nos chegado regularmente alguns vinhos gloriosos. Sem falar do fabuloso Bual 1920, do maravilhoso Sercial 1910 e do quase eterno Bual Solera 1811, vinhos que ou já não se vendem ou custam uma pequena fortuna, é possível ficar com uma ideia da magnificência dos vinhos Blandy`s provando, por exemplo, o mais novo e acessível Malmsey 1996. A casta malvasia origina os Madeira mais doces, mas este está muito bem equilibrado, graças a uma vibrante acidez, que realça um bouquet muto salino e povoado de notas a frutos secos e bolo de mel. Preço: 55 euros. P. G.
Três Bagos Grande Escolha 2005 – Estágio Prolongado
A Lavradores de Feitoria decidiu lançar no mercado nacional e internacional mil garrafas do seu Três Bagos Grande Escolha de 2005, apondo-lhe como subtítulo a designação “Estágio Prolongado”. O 2005 é neste particular um belo caso de um vinho que conserva potência e expressividade, revelando uma enorme harmonia e complexidade nas suas notas de especiaria e de fruta vermelha que, espantosamente, ainda se mantêm. É um vinho magnífico, com um excelente balanço, que se afirma nos sentidos com uma garra e um leque de subtilezas capaz de fazer pensar toda a gente sobre o que perdemos com a pressa em consumir vinhos acabados de nascer. Preço: 60 euros. M. C.
Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2012
Quando se tem um valiosíssimo património de vinhas com mais de 70 anos plantadas num ecossistema especial, com diferentes altitudes e exposições, é sempre mais fácil fazer vinhos com BI. Mas este Vinhas Velhas de 2012 é mais do que a revelação de um potencial: é também a prova de um compromisso com o Douro e, ainda mais, com aquele lugar do Douro. Quem quiser saber o que é um vinho de terroir tem neste Crasto um magnífico exemplar. O Douro do sol tórrido, dos aromas de bosque, da esteva e do rosmaninho, da fruta doce e quente estão ali sedimentados. Há um pouco da concentração da vinha junto ao rio e notas mais frescas das zonas de meia-encosta. Na boca é um tinto poderoso, com taninos firmes, fruta de qualidade e juventude, volume e secura que temperam a marca da barrica, que se desenvolve na boca em diferentes andamentos. O apanágio, afinal, dos grandes vinhos. Bebe-se já, mas ganhará imenso após uns anos de garrafa. Preço: 27.50 euros. M. C.
Mouchão Tonel 3-4 2008
Lançado pela primeira vez em 1996, o topo de gama do Mouchão resulta de anos de superior qualidade – casos de 2001, 2003, 2005 e 2008. A empresa diz que os tonéis 3 e 4 da adega, feitos de feitos de carvalho português, macacaúba e mogno favorecem especialmente os lotes de Alicante Bouschet colhidos nos solos aluvionares da vinha dos Carapetos. Depois de dois anos em madeira, os vinhos são engarrafados e ficam à prova do tempo. Como no Barca Velha, só passados anos é que se decide se estes lotes merecem, ou não, o selo Tonel 3-4. Tanto esmero e tanta espera são prenúncios de excelência. Este tinto tem tudo o que um apreciador de vinhos pode desejar. Tem garra, profundidade, é intenso, complexo e sofisticado. Impressiona com as suas notas de cedro e de chá verde que temperam um fundo de frutas vermelhas maduras e deliciosas. Opulento na boca, com taninos ainda a pedir tempo para mitigar a sua faceta vegetal, é um tinto que se apresenta em vagas na boca: primeiro a sua estrutura choca, depois fica no palato um longo lastro de prazeres. Um tinto de classe superior, que ainda precisa de mais uns anos de guarda para mostrar toda a sua genialidade. Preço: 145 euros (na garrafeiranacional.com) M. C.