Fugas - Vinhos

  • Nelson Garrido
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A vez de regressar a Portugal

Para o mercado nacional, a Quinta de Loureiro tem três trunfos: um verde de lote, um Alvarinho e o Vinha do Avô. O vinho verde é feito a partir das castas Arinto e Loureiro e conserva os principais pergaminhos da região - aromas intensos da Loureiro, bom volume de boca e o nervo característico da Arinto. Um vinho directo, harmonioso e eficaz que custa no mercado 4 euros. O Alvarinho tem aromas mais escondidos. A sua força está na concentração que exibe na boca, os toques de fruta fresca que impõe e a complexidade de notas de barrica – estagiou parcialmente em madeira de segundo e terceiro ano. É um Alvarinho muito saboroso e interessante, com excelente aptidão gastronómica.

O Vinha do Avô é para já uma amostra do poder de fogo da Quinta de Loureiro. A edição que está no mercado limita-se a 1500 garrafas magnum. Mais do que uma prova de mestria na criação de um lote, este vinho, tenso, com volume e profundidade, é um belo testemunho do poder da Arinto para fazer um vinho original, com carácter, garra e um enorme potencial de envelhecimento. Numa altura em que os Vinhos Verdes arriscam alguma massificação induzida pelo seu sucesso internacional, é um exemplo acabado do potencial da região para fazer vinhos de classe, com identidade própria que resulta da combinação de uma certa irreverência enológica com o potencial do terroir. Cada garrafa custa 30 euros. Um preço sensato para quem quiser experimentar um vinho singular e com muita personalidade.

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