Fugas - Vinhos

Martin Henrik

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Dez vinhos que se destacaram em 2016

Barca Velha Tinto 2008

Pontuação: 98
O lançamento de um novo Barca Velha, pela história, raridade e qualidade deste vinho, é sempre um acontecimento. A curiosidade inicial recai sobre qual o ano de colheita. Revelado o ano, sobra a expectativa sobre se o vinho está mesmo à altura da sua fama. Esquecendo o preço- os vinhos, como tudo, valem o que os consumidores estiverem dispostos a pagar por eles-, o novo Barca Velha, da colheita de 2008, é mesmo um grande vinho. Um vinho de classe mundial. Mais tânico do que o anterior, de 2004, precisa de oxigénio e de paciência por parte de quem o bebe para mostrar todo o seu lastro e profundidade. Já tem oito anos, mas parece ser mais novo, tal é ainda a intensidade de fruta vermelha que exibe. Está muito químico e especiado, mostrando na prova de boca uma complexidade, um  nervo e uma frescura portentosos. Felizmente, não é um vinho geométrico, no que isso significa de perfeição, mas é precisamente por isso, por ser esquivo e misterioso, por ter ainda alguma aresta, que nos emociona tanto. Foram cheias 18 mil garrafas e o vinho deverá chegar ao mercado a cerca de 400 euros. P.G.

Quinta da Boavista Vinha do Ujo Tinto 2013

Pontuação: 96
Era uma das estreias mais aguardadas no Douro. Os primeiros vinhos tranquilos da Quinta da Boavista, propriedade que os donos da Covela compraram à Sogrape, foram apresentados este ano e, pelo menos um deles, o Quinta da Boavista Ujo, confirmou as (altas) expectativas. Proveniente de uma vinha velha, é um tinto belíssimo, de enorme expressão mineral e super fresco. Um Douro de grande complexidade aromática e gustativa, com uma estrutura tânica robusta mas, ao mesmo tempo, cheio de finesse. Extraordinário. A produção deste Quinta da Boavista Ujo foi muito pequena (cerca de 600 garrafas) e cada garrafa deverá custar perto de 100 euros. P.G.

Casa de Santar Nobre Tinto 2013

Pontuação: 95
O primeiro tinto do Dão a obter a chancela “Nobre”, uma designação que requer a atribuição, no mínimo, de 90 pontos em 100 por parte dos provadores oficiais (nos brancos, o feito foi alcançado pelo Fonte do Ouro 2014, de Nuno Cancela de Abreu). Feito com as castas típicas do Dão (Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz), este vinho da Global Wines impressiona pela sua imponência e vigor. Possui um aroma muito rico, com um misto de sugestões frutadas, terrosas, balsâmicas e especiadas. Na boca, é intenso, apimentado e musculado, mostrando uma austeridade e uma secura que remetem para certos tintos atlânticos. A acidez é fina mas bem presente, dando ao final de boca um comprimento e uma frescura magníficas. Tem um PVP de 70 euros. P.G.

Arinto dos Açores By António Maçanita 2015

Pontuação: 92
Um verdadeiro vinho de “terroir”. Como aqui se escreveu, é um branco com a beleza e a alma da ilha do Pico, de onde é proveniente. O branco de Terrantez que Maçanita e os seus sócios açorianos fazem pode ser mais original, mas este Arinto é mais tenso e seco. A sua acidez e salinidade são admiráveis. A acidez já induz, por si só, uma sensação de frescura, mas quando se junta ao sal, como neste caso, cria uma nova dimensão sensorial, um maior frescor mineral, uma maior vivacidade e sapidez, que nos deixa arrebatados e emocionados. Quem conhece o Pico, consegue viajar até lá com este branco. Tem um PVP de 25 euros. P.G.

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