Monte d’Oiro ex-aequo 2011
Pontuação: 93
Preço: 50€
Este topo de gama do Monte d’Oiro tinha já revelado todo o seu enorme potencial em edições anteriores, mas em 2011 atinge um nível de qualidade e de sofisticação absolutamente notáveis. As suas sugestões de aromas de fruta preta temperadas por notas balsâmicas da barrica (18 meses em carvalho francês, 30% de primeiro ano), uma certa dimensão vegetal e as primeiras manifestações da evolução na garrafa exigem concentração e cuidado para serem devidamente apreciadas. Na boca, porém, este vinho surge já com outra raça e carácter, com a doçura da fruta a soltar-se sem se impor ao conjunto, deixando espaço para uma boa nota de acidez, taninos bem desenhados e um final longo que deixa transparecer especiaria. Um vinho notável (95 pontos de Robert Parker), que está já numa fase muito interessante de evolução, mas há-de ganhar ainda mais complexidade com um ou dois pares de anos em garrafa. M.C.
Porto Graham’s 90 anos
Pontuação: 98
Preço: 750€ (preço de lançamento. Nas garrafeiras, a cotação actual está acima
dos 1100 euros)
A Graham’s lançou um Porto com uma idade média de 90 anos para celebrar o aniversário da rainha Isabel II. Para o efeito foi ao seu prodigioso armazém e escolheu lotes de 1912, de 1925 e 1935 para o fazer. O 1912 integrava o património da Warre e da Dow’s e destaca-se pela sua complexidade e por um extraordinário volume de boca; o lote de 1924 veio da Quinta do Bom Retiro Pequeno e é o mais exuberante no nariz, com notas de alperce e, na boca, é entre todos o mais subtil e elegante; o 1935 fazia parte dos stocks da Warre e é um prodígio de impetuosidade de acidez e frescura. O lote final conserva o melhor de todos estes mundos e vale mais do que a soma das partes. Um Porto absolutamente extraordinário. M.C.
Quinta da Boavista Vinha do Ujo Tinto 2013
Pontuação: 96
Era uma das estreias mais aguardadas no Douro. Os primeiros vinhos tranquilos da Quinta da Boavista, propriedade que os donos da Covela compraram à Sogrape, foram apresentados este ano e, pelo menos um deles, o Quinta da Boavista Ujo, confirmou as (altas) expectativas. Proveniente de uma vinha velha, é um tinto belíssimo, de enorme expressão mineral e super fresco. Um Douro de grande complexidade aromática e gustativa, com uma estrutura tânica robusta mas, ao mesmo tempo, cheio de finesse. Extraordinário. A produção deste Quinta da Boavista Ujo foi muito pequena (cerca de 600 garrafas) e cada garrafa deverá custar perto de 100 euros. P.G.