Fugas - Vinhos

Martin Henrik

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Dez vinhos que se destacaram em 2016

Viúva Quintas Arinto 2014

Pontuação: 92
Uma marca com história na região de Bucelas que está a viver uma segunda vida. Depois de um interregno de décadas, as herdeiras da fundadora retomaram a produção de vinho e lançaram este ano o seu primeiro Arinto, de 2014. É um Bucelas de feição clássica, feito só com Arinto e de uma forma artesanal, fermentando e estagiando unicamente em inox. A natureza argilo-calcário do solo está bem expressa no aroma e no sabor, impressionando mais pela sua vertente mineral do que pela expressão de fruta, embora o lado cítrico do Arinto seja evidente. É um branco sem artíficios e cheio de carácter. Muito fresco, possui uma fantástica aptidão gastronómica. Custa cerca de 12 euros.P.G.

Quinta da Romaneira 2011

Pontuação: 94
Preço: 44€ (em www.creative-gourmet.com)

Na zona de transição entre o Douro mais fresco e o Douro mais tórrido, a Romaneira foi capaz de fazer um reserva que seguramente se enquadra entre os melhores tintos do Douro de 2011. É impossível não gostar muito deste vinho. Os seus aromas florais (a violeta da melhor Touriga Nacional do Douro tem aqui uma expressão magnífica), as notas de fruta vermelha, os toques balsâmicos de caruma ou a discreta contribuição da madeira tornam-no facilmente sedutor. Na boca, é uma maravilha para os sentidos. Taninos finíssimos sustentam um volume preciso. A fruta revela-se num excelente balanço com a acidez no ponto. E no final emerge uma sensação de especiaria que prolonga a prova e deixa um rasto de harmonia e complexidade notáveis. Um vinho magnífico. M.C.  

Curtimenta Alvarinho 2014

Pontuação: 94
Preço: 22€

Anselmo Mendes é um devotado observador dos saberes tradicionais e este Curtimenta é prova dessa ligação ao saber antigo. A curtimenta usava-se nos brancos antigos, mas hoje é uma técnica especialmente usada nos tintos. No lagar ou nas cubas, prolonga-se o contacto das películas com o mosto em fermentação para provocar a extracção de compostos da uva. Anselmo usa esta técnica para produzir este vinho e acrescenta-lhe um estágio com as borras finas durante oito meses. A experiência produziu um clássico. Um branco que não obedece à exuberância. É até algo contido na sua expressão aromática, na qual a delicadeza, o requinte da fruta, o toque oxidado ou a nota da barrica se ajustam num balanço que seduz por ser óptimo e não por ser fácil. Na boca a revelação continua, entre uma certa frugalidade seca e a riqueza da Alvarinho no volume ou na acidez. Um vinho elegantíssimo, delicado sem ser mole, intenso e saboroso sem ceder à facilidade da fruta jovem ou à marca da barrica, envolvente e longo na boca pela sua acidez e mineralidade. M.C.  

Poeira Ímpar 2009

Pontuação: 95
Preço: 60€

Este vinho com a assinatura de Jorge Moreira é uma obra-prima de definição, de textura e de harmonia. Um daqueles vinhos que requerem introspecção, calma e descomprometimento total dos sentidos. Feito através de um lote de Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional (56%) e Sousão, é o produto de uma vinha ímpar num ano marcado pela frescura e pelo capricho. Polido pelo tempo em garrafa, está agora numa fase irresistível, com os seus aromas complexos de fruta ainda presente, um corpo já aveludado, um poder suave na forma como se apresenta e se mantém na boca e uma harmonia reservada aos grandes vinhos. M.C.  

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