Também Vítor e Rita, tal como João Afonso, querem fazer “vinhos à antiga”, preservando o mais possível o carácter da vinha. Têm, para já, dois tintos e um branco: o Dominó Salão Frio, feito com uvas desta vinha, sendo 15% delas brancas; o Foxtrot, outro tinto com uma pequena percentagem de uvas brancas e, por último, o Dominó Branco, feito com uvas da propriedade de um vizinho e amigo.
Vítor gosta de os descrever como “vinhos de agricultor” por serem leves, frescos e com baixa percentagem de álcool, como os que os agricultores levavam para o trabalho no campo. Têm um perfil bastante diferente de muito do que se faz habitualmente em Portugal – são “mais medievais, com tudo o que a vinha tem”.
Os Symington
São os mais recentes recém-chegados à região de Portalegre e da serra de São Mamede. Ou melhor, ainda não chegaram exactamente. No início de Abril foi anunciado que o grupo empresarial da família Symington tinha investido num projecto fora da região do Douro (onde são um nome de destaque no mundo do vinho do Porto e dos vinhos do Douro), com a compra da Quinta da Queijeirinha.
Não estamos a falar de um projecto pequeno: são 207 hectares, 43 dos quais ocupados por vinha, onde se produz a marca Altas Quintas, que agora será completamente reformulada. A quinta situa-se a uma altitude entre os 490 e os 550 metros e tem uvas tradicionais, mais tintas do que brancas.
“Depois de 135 anos no Douro, a família entendeu que era o momento indicado para produzir vinho noutra grande região vinícola de Portugal”, disse na altura Rupert Symington.
Os vizinhos mais antigos na serra consideram que esta é uma óptima notícia. Rui Reguinga e João Afonso acreditam que a vinda vai trazer mais dinamismo para a região e despertar maior interesse pelos vinhos de Portalegre. Para Susana Esteban, “o facto de os Symington virem é a confirmação de que esta é uma grande região; eles estão há mais de um século no Douro, podiam ter ido para qualquer sítio do mundo e escolheram Portalegre”.