Fugas - Fugas Com Astérix

  • © 2013 LES ÉDITIONS ALBERT RENÉ/GOSCINNY-UDERZO
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Astérix atravessa o canal da Mancha para ajudar os primos a bater nos romanos

Algum dia Astérix e Obélix haviam de atravessar o canal da Mancha e estabelecer contacto com a cultura insular. Acontece em "Astérix entre os Bretões", o quarto título da colecção "Astérix à Volta do Mundo" distribuído com o PÚBLICO.

Esta aventura (argumento de Goscinny e desenho de Uderzo) foi publicada pela primeira vez na revista francesa Pilote entre Setembro de 1965 e Março do ano seguinte (números 307 a 334). A publicação em álbum ocorreu em Agosto de 1966, com a impressionante tiragem, para a época, de 900 mil exemplares.

A primeira situação divertida da história começa logo no título. Os bretões em questão não são os habitantes da actual Bretanha (região da França), como se poderia concluir de uma leitura mais apressada. São, isso sim, os antigos habitantes daquela que é hoje a Grã-Bretanha ou, para sermos mais precisos, a Inglaterra. Para não deixar dúvidas, Goscinny refere mesmo que os bretões são os descendentes das tribos oriundas da Gália – de facto, os insulares são primos dos gauleses e falam (quase) a mesma língua...

A partir daqui, sucedem-se em catadupa deliciosas brincadeiras em torno das diferenças culturais dos vizinhos mais ocidentais – a fixação pela hora do chá, a sintaxe local (nomeadamente a inversão dos substantivos e adjectivos na construção frásica), as complicações decorrentes da aplicação do sistema métrico do outro lado do canal, o nevoeiro, a obsessão com a manutenção dos relvados, a gastronomia local, o râguebi e tudo o mais que a imaginação de Goscinny e o desenho de Uderzo souberam colocar na história. É assim que vamos encontrar os Beatles na história, mas Achile Tallon também por lá passa na figura de um vulgar legionário romano e Obélix tem tempo para “descobrir” que a resistência ao álcool não é exactamente um dos seus pontos fortes...

O risco de ver Astérix entre os Bretões transformado num exercício chauvinista anti-inglês era grande, sobretudo no contexto da época em que a história surgiu. Mas o conhecimento da língua e da cultura anglo-saxónicas por parte de Goscinny – ele tinha chegado aos Estados Unidos em 1945 sem conhecer uma palavra de inglês, mas estadias posteriores permitiram-lhe o perfeito domínio da língua – tornam possível a manifestação de um humor muito equilibrado onde não tem lugar a maledicência gratuita. Pelo contrário, o argumentista diverte-se visivelmente com os jogos de palavras e peculiaridades verbais que mostram um povo curiosamente fleumático, inventariando ideias feitas associadas aos ingleses. O desenho de Uderzo, “redondo”, “caricatural” e cada vez mais preciso, reforça o humor omnipresente na história e assegura um dinamismo constante à narrativa.

 

O álbum

Decidido a expandir as fronteiras do seu império, Júlio César prepara um exército de legionários altamente treinados para invadir a Bretanha (a actual Grã-Bretanha). Para ajudar o seu primo bretão na luta contra as legiões romanas, Astérix atravessa o Mare Britannicum (Mancha) na companhia de Obélix e de um barril cheio de poção mágica. Começa assim para os dois amigos um périplo pelo país onde se fala ao contrário, bebe cerveja quente, serve javali cozido e joga râguebi (para grande satisfação de Obélix...). Este é o tema de Astérix entre os Bretões (argumento de Goscinny e desenho de Uderzo), quarto álbum da colecção Astérix à volta do Mundo.

 

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Astérix entre os Bretões
4º álbum da colecção Astérix à Volta do Mundo
Sexta-feira, 15 de Novembro
Por + €6,95 com o jornal

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