Fugas - hotéis

Nélson Garrido

Um dicionário para definir este hotel, por favor

Por Romana Borja-Santos ,

Ao fim de algum tempo, Romana Borja-Santos (texto) encontrou não uma, mas duas palavras para explicar o que é o novo Vila Galé de Coimbra. É um hotel de "lazerbalho" ou de "trabazer", tanto faz. Ainda cheira a novo e é o lugar perfeito para acabar de vez com a expressão "trabalho é trabalho, conhaque é conhaque". Nelson Garrido fotografou a unidade hoteleira que tem a dança como ponto de inspiração.
"Lazerbalho"? "Trabazer"? Há locais assim. Que nos obrigam a ler e reler o Dicionário da Língua Portuguesa e a fechá-lo com desalento por não nos ajudar a definir aquele espaço. Não nos resta outra solução. É preciso acrescentar-lhe uma destas palavras que dizem tudo sobre o novo hotel do grupo Vila Galé, em Coimbra. Risque do seu léxico a expressão "trabalho é trabalho, conhaque é conhaque". Na cidade dos estudantes agora já é possível ficar com o melhor dos dois mundos.

O novo Vila Galé, situado na baixa de Coimbra, conta com 211 quartos e 18 suites júnior com linhas simples e modernas. Para quem não resiste a um momento de relaxamento, o já conhecido Spa Satsanga - uma marca do grupo que em sânscrito significa em boa companhia - ganha aqui uma nova dimensão com os seus 600 metros quadrados. Mas como a vida não é só lazer, o hotel foi pensado para responder às necessidades da cidade em termos de negócios e educativos e conta com várias salas de conferências com capacidade para acolherem cerca de 600 pessoas e que abrem e fecham portas consoante as dimensões necessárias. "Pode ser visto como um hotel urbano ou como um resort dentro da cidade", define Gonçalo Rebelo de Almeida, director de vendas e marketing do grupo Vila Galé.

O ideal é que marque um congresso dentro do próprio hotel e que leve uma boa companhia para aproveitar o quarto, os modernos restaurantes com um toque de requinte (onde está disponível o vinho produzido pelo grupo na Casa de Santa Vitória) e a vista refrescante para o rio... Apenas um alerta importante: se sentir os pés a bater de forma ritmada, se começar a fazer pequenos estalinhos com os dedos da mão, a trautear uma qualquer melodia ou se sentir uma súbita vontade de se levantar e de dar uns passinhos de dança, não fique preocupado. Não se passa nada de estranho consigo. Mesmo que os seus amigos lhe garantam que tal comportamento não é normal num "pé de chumbo" ou num "pé pesado".

É que todos os espaços do novo Vila Galé tiveram como ponto de inspiração a dança e são vários os elementos que nos remetem para esta arte. A luz sempre milimetricamente doseada aquece o ambiente, os candeeiros têm a silhueta de uma bailarina e parecem abanar-se levemente nos tectos. As cores variam: as castanhas e negras remetem-nos para culturas orientais; os tons pastel dos quartos e de alguns elementos decorativos fazem de novo a ligação à terra. O chão, esse, ajuda os pés a deslizarem suavemente e a percorrerem as várias áreas do hotel, onde é possível ver expostas algumas peças históricas cedidas pela Companhia Nacional de Bailado e pela Academia de Dança Antiga de Lisboa.

Um fato dourado de Apolo que foi utilizado no bailado O Triunfo do Amor (1685) e um longo vestido branco que termina em tons de azul e que foi utilizado pela personagem Capuleto em Romeu e Julieta numa reconstrução feita em 2001 são apenas dois dos exemplos. E mesmo na biblioteca - onde poderá encontrar os jornais do dia, aceder à Internet e trabalhar em confortáveis sofás - encontra vários elementos que no passado decoraram o cabelo de alguém que subiu a um palco.

Nome
Hotel Vila Galé Coimbra
Local
Coimbra, Sé Nova, Rua Abel Dias Urbano
Telefone
239240000
Website
http://www.vilagale.pt
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