Ver Braga por outras janelas
Quando as placas indicativas "Hotel Meliã Braga" desaparecem das rotundas de Braga, imediatamente pensámos que optáramos pela rua errada e que nada mais nos restava do que percorrer viadutos e túneis intermináveis. Estávamos enganados: olhámos em frente e logo demos de caras com doze andares envidraçados no cimo de uma pequena colina verde, onde já esteve instalado o parque de diversões Bracalândia. Chegámos. É vidro que nunca mais acaba e ainda nem sequer passámos pela porta giratória. Logo se percebe que o Meliã Braga Hotel & Spa não se coaduna com o cliché de que a capital da região do Minho, conhecida como a Cidade dos Arcebispos, é austera e escura.
No lobby de entrada, o que mais se destaca é o branco, não fossem o chão de mármore e as poltronas e sofás também alvos, com pormenores esverdeados (o verde é, aliás, o tom mais contrastante do hotel, presente em todas as divisões através de pequenos pormenores). Este lobby - que é também um lounge (serve de sala de estar e bar, aberto a não-hóspedes) - tem um pé-direito invejável e dele se vêem os espaços verdes envolventes que fazem parte dos cinco mil metros quadrados do resort urbano recém-inaugurado.
De repente anoitece e até podíamos estar em Berlim, cidade onde os edifícios usam e abusam das superfícies envidraçadas potenciadoras de reflexos e conjugações luminosas particularmente ilusórias e, por isso mesmo, incrivelmente fotogénicas.
Há ainda um elemento decorativo que nos transporta para um qualquer museu europeu, com a exposição de cerâmicas de traço clássico em prateleiras. Mas o programa escolhido sugere uma refeição no restaurante do hotel, El Olivo, e temos de largar os reflexos para observar a confecção e apresentação dos pratos graças a uma janela para a cozinha do chefe António Oliveira, numa das extremidades do salão. Foi então que provámos as melhores vieiras do mundo - e o jantar pode até resumir-se a este prato: foi preciso uma visita a uma cidade longe do mar para descobrir o prazer de uma vieira salteada com flor de sal.
Termas high-tch
Das vieiras para o quarto (são 182 no total), e logo somos recebidos pela conjugação de um ambiente moderno e saudável, não estivéssemos acomodados num spa. O cartão-de-visita do Meliã Braga podia incluir a descrição "Termas high-tech", que não era, de todo, publicidade enganosa. Se não, vejamos: à chegada ao quarto, logo sobressai a necessidade de uma explicação prévia relativamente aos controlos de iluminação e temperatura. O Meliã Braga disse adeus aos vulgares interruptores e comandos de ar condicionado para dar lugar a painéis luminosos dispersos pela habitação que indicam qual a zona já iluminada. Mas há mais tecnologia ao serviço do hóspede, recebido em camas tipo Dreamax (nem na designação do leito dá para fugir ao high-tech) ladeadas com pequenas jarras de minúsculas e brancas gipsófilas.
Da banheira colocada perto da cama, é possível ver televisão num ecrã plasma que permite, ainda, navegar na internet, aceder ao Facebook ou assistir aos vídeos favoritos no YouTube: e tudo apenas com o comando - quase parece um anúncio, mas é, na verdade, a tecnologia ao serviço de um simples banho de imersão. Só ainda não conseguimos bater palmas e ver as cortinas a fechar e a esconder a vista para o Bom Jesus e o Monte do Sameiro, tão próximos que eles parecem quando estamos no 12º. piso do edifício.
- Nome
- Meliã Braga Hotel & Spa
- Local
- Braga, Tenões, Av. General Carrilho da Silva Pinto
- Telefone
- 253144000
- Horarios
- e
- Website
- http://www.meliabraga.com