Está mesmo ali, à entrada de Vila Real, rodeada de acessos e auto-estradas por todo o lado, mas como se fosse uma ilha de sossego, escondida por detrás de um muro, de uma vasta cortina de árvores e pelo rio Corgo. A Casa Agrícola da Levada consegue ser um oásis de tranquilidade, bem perto de uma das cidades onde mais forte bate o coração do Douro, o Douro vinhateiro, o Douro património, o Douro natural. Para dentro dos limites da quinta reina a tranquilidade, para fora dos muros fica a Casa de Mateus a três quilómetros, o parque Natural do Alvão a oito quilómetros, um centro hípico a dez... A localização é, pois, um privilégio. E precisávamos de muitas linhas para descrever tudo o que se pode fazer na cidade de Vila Real em particular, ou em toda a região.
Mas deixemos os limites exteriores da quinta e voltemo-nos para dentro. Atravessemos o caminho de terra batida em direcção à Casa Grande, a casa principal da quinta, cuja construção aponta para 1922. A autoria é atribuída, tal como a capela da quinta, ao conhecido autor de A Casa Portuguesa, um dos arquitectos do regime, Raul Lino. Lá está o granito, as paredes caiadas por fora, as paredes de pedra por dentro, as pinturas de azulejo. Mas é o pulsar que gravita à volta desta casa - emoldurada por fantásticas camélias e um belo roseiral - e é o conhecer a história da reconstrução da quinta que está a ser conduzida por Inês Albuquerque que mais nos leva a apreciar o resultado do empenho que ali está a ser colocado.
A oferta de alojamento da Casa Agrícola da Levada não se restringe à Casa Grande, onde também habita a proprietária (quando não está em Lisboa, onde também tem um espaço de turismo de habitação em pleno Chiado, na Rua da Emenda). Também merecem destaque os apartamentos independentes, que podem ser reservados em regime de self-catering e que acabam por ser a solução ideal para quem procura uma estadia mais prolongada, e que os estrangeiros têm sabido aproveitar. A proprietária confirma que, entre Maio e Outubro de 2010, setenta por cento da ocupação da Casa da Levada foi assegurada por estrangeiros - ingleses, espanhóis e franceses em primeiro lugar, depois italianos, belgas e holandeses. Por último americanos, brasileiros e os nórdicos.
Estes apartamentos estão quase todos reunidos num núcleo, como se fosse uma pequena aldeia, encavalitada na mini-encosta que desce para o rio Corgo. E se o pequeno núcleo de casas que agora se aluga é algo que "se parece com", a verdade é que já o foi, não há muitas décadas. A que agora é a Casa Quadrada, um T0 com vista para o Corgo e as suas margens, foi o tecto de uma família com oito pessoas. Histórias parecidas se poderão contar da Casa da Vinha, da Casa do Ferreiro, da Casa da Varanda...
Estas casas constituíam um pequeno núcleo da aldeia da Timpeira, de onde os antigos caseiros da Quinta da Levada foram saindo, aproveitando os terrenos que o proprietário da quinta lhes ofereceu noutros locais e onde puderam construir casas maiores e mais modernas. O ultimo caseiro saiu daqui em 1995. Quinze anos depois, é desta janela da Casa Quadrada que o ponto de fuga do nosso olhar se deixa distrair pelo marulhar das águas do Corgo - e este som e esta imagem ajudam a tornar a fuga à cidade e ao rebuliço ainda mais autêntica. Referimo-nos não propriamente (ou somente) ao rebuliço de Vila Real, mas ao rebuliço do dia-a-dia de todos aqueles que querem ou precisam de fazer uma pausa.
- Nome
- Casa Agrícola da Levada
- Local
- Vila Real, Nossa Senhora da Conceição, R. da Capela
- Telefone
- 259322190
- Website
- http://www.casadalevada.com