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Nesta aldeia sossega-se em casas com nomes

Por Sara Dias Oliveira ,

Do alto do Trebilhadouro, em Vale de Cambra, avista-se o mar e a ria de Aveiro e enche-se o peito de ar puro. Esta aldeia, que já foi palco de um festival de arte e cultura, tem quatro casas para alugar com camas de ferro, toalhas de renda, mesinhas de cabeceira de madeira trabalhada, paredes de pedra e tectos de madeira. O projecto ganhou o prémio de reabilitação urbana 2015.

Rosalina tem quatro quartos, três em baixo e um em cima, e dois pisos. Tem camas de ferro, colchas brancas, tapetes feitos em teares à moda das casas da aldeia, e três casas de banho. Tem mesinhas de cabeceiras de madeira trabalhada e guarda-fatos com espelhos generosos nas portas que não estão embutidas nas paredes. Tem móveis antigos, toalha de renda branca em cima da mesa da sala de refeições, pratos com flores a decorar prateleiras, cadeiras de madeira velha, leiteiras na cozinha e uma grande pedra que pertenceria à manjedoura e que não foi removida para deixar bem claro que ali não se esquece o passado. 

No andar de cima, uma sala com chão de madeira, sofás, móvel envidraçado com livros à disposição, mais uma toalha de renda na mesa, televisão, lareira e uma janela panorâmica com vista de suster a respiração. Dali, quando o céu está limpo, avista-se a ria de Aveiro, o mar e encostas aninhadas em declives irregulares espalhadas pelas serras. A nossos pés, um miradouro que estende de mão beijada uma paisagem até onde a vista alcança e que tem o poder de, em poucos segundos, deitar para trás das costas o rebuliço das cidades. 

Chegámos depois de um dia de trabalho e o corpo pede descanso, um banho retemperador numa banheira e tranquilidade ao cair do dia. Não tarda e teremos tudo isso a mais de 600 metros de altitude numa aldeia que agora ganha um novo fôlego. Está muito calor e a casa da Rosalina espera-nos, adivinhando-nos os pensamentos que menos uns graus de temperatura seriam bem-vindos. Abrimos a porta e temos uma casa de aldeia, de paredes de pedra, tectos de madeira e que nos protege do calor lá de fora. A aldeia do Trebilhadouro, abrigada dos ventos do Norte, num alto da freguesia de Rôge, em Vale de Cambra, desabitada há mais de 20 anos, quer ter gente novamente. Isabel Fonseca e o marido decidiram comprar e recuperar quatro casas para turismo rural e inspiraram-se nos contornos de uma das janelas de um quarto da casa da Rosalina para criar o logótipo do novo negócio. Mantiveram a arquitectura tradicional das casas rurais daquela região e, como uma homenagem, baptizaram as casas com os nomes dos seus antigos proprietários. 

Isabel Fonseca, ligada a um negócio familiar no ramo das madeiras, arregaçou as mangas e não poupou nos pormenores. Procurou móveis antigos, objectos de decoração que ali fazem todo o sentido para vestir as casas da aldeia. Andou de loja em loja. Encheu cestas com lenha, comprou tapetes que lembram os tempos das avozinhas, deixou o chão da cozinha em cimento, não tapou as pedras das paredes e tratou com cuidado dos tectos revestidos a madeiras. E continua à procura de fotos antigas de quem ali viveu para colocar nas casas — já tem algumas. Casinhas de pedra, à moda antiga, mas com o conforto necessário para quem quer afastar-se dos barulhos das cidades.

Isabel Fonseca criou a Traços d’Outrora para não deixar escapar por entre os dedos uma paixão antiga. Sempre gostou de aldeias com história e recuperar o que é antigo é um bichinho que não está sossegado. Meteu mãos à obra e envolveu-se num outro negócio que lhe preenche os dias e as noites. “Eu e o meu marido sempre gostamos de casas antigas e decidimos recuperar estas do Trebilhadouro”, conta-nos depois de uma visita por todas as casas até à maior, à casa da Rosalina. 

Nome
Traços d’Outrora
Local
Vale de Cambra, São Pedro de Castelões, Aldeia do Trebilhadouro
Telefone
918795674
Website
http://tracosdoutrora.com/
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