As pedras do Paço de Pombeiro, algumas com quase nove séculos, teriam certamente muito para contar. Mas sabemos que as pedras não falam e, por isso, ficam-nos as histórias do anfitrião da casa, o barão Dom João de Lancastre de Mello Sampayo, que, apesar de monárquico convicto, dispensa o uso do título no dia-a-dia. Apaixonado pela História de Portugal, gosta de desfiar com pormenor os feitos e as agruras de reis e rainhas de outrora. E de mergulhar em livros e documentos, como fez para reconstituir a vida do seu paço, localizado em Santa Maria de Pombeiro, Felgueiras.
A fundação do Paço de Pombeiro recua a 1163, embora nessa altura fosse ainda só uma torre. Assim ficou até 1610, ano em que foi demolida parte da torre para com essa pedra se fazer uma grande sala contígua ao primeiro edifício, usada como pavilhão de caça. Nasceu assim a actual configuração do paço, em forma de L. Depois de 200 anos ao abandono, o pai de João Mello Sampayo começou, nos anos 60, a recuperar o imóvel, dividido por duas frequesias: Pombeiro e Vila Fria. As obras regressaram em força em 2007 e 2008 e em Fevereiro de 2009 o paço estreou-se no turismo de habitação.
Então já com um novo edifício, que alberga seis modernos quartos, escondidos entre um desnível de terreno e um tapete de relva. Uma torre marca a entrada de cada suite e serve como ponto de luz, combinando com as ameias que coroam o paço. Decorados num estilo minimalista, os seis quartos dispõem de uma pequena sala envidraçada com vista sobre o vale, onde o verde domina. Cá fora, uma mesa e duas cadeiras para desfrutar da paisagem ao ar livre. A antiga casa do caseiro foi recuperada, tendo nascido ali uma sala de estar, onde também se tomam os pequenos-almoços e se joga bilhar. Jornais do dia e uma estante cheia de livros são outras das alternativas para matar o tempo, que por aqui passa devagar.
Na parte de cima desta casa há ainda um quarto grande, ideal para famílias, e cá em baixo uma cozinha de apoio às refeições leves que se servem por ali.
Até às quatro da tarde pode trincar-se uma fatia de tarte de cogumelos ou de fiambre-bacon (€3,50), uma tosta mista (€2,50) ou saladas especiais de atum, frango, queijo de cabra ou salmão (€7,50). Nas bebidas, a diversidade é maior, começando nos refrigerantes (desde €1) e acabando numa garrafa de espumante (€15).
Também se servem refeições mais substanciais, mas essas têm que ser marcadas com 48 horas de antecedência. Normalmente são servidas na sala de jantar do paço, onde se pode deliciar com as namoradeiras de pedra e uma lareira monumental.
Na casa principal, onde é bem visível o brasão dos Mellos, há ainda três quartos, decorados num estilo conservador, que completam a oferta. Num deles, destaca-se uma preciosidade: um berço do século XVIII ou a cama da princesa, como prefere chamar-lhe uma das netas do casal Mello Sampayo. Deixamos as casas para nos concentrarmos na riqueza natural dos 11 hectares da quinta, que produz vinho verde. A hegemonia das vinhas é contrabalançada com uma pequena mata, onde se cruzam castanheiros e carvalhos, pinheiros bravos e mansos. A uma quota mais baixa corre um pequeno ribeiro. Mas é junto à piscina que as andorinhas ensaiam a coreografia de dança. Às vezes, pode observar-se um milhafre a vigiar o vale. Junto ao pomar, estão os animais de cativeiro: galinhas, garnizés e gansos.
- Nome
- Paço de Pombeiro
- Local
- Felgueiras, Pombeiro de Ribavizela, R. do Burgo, 590
- Telefone
- 255926523
- Website
- http://www.pacodepombeiro.pt/