Fugas - hotéis

  • Rita Baleia
  • Rita Baleia
  • DR
    DR
  •  Postal com gravura, 1898-1901, ed. Hotel Lisbonense, gravura Francisco Pastor. Biblioteca Municipal
    Postal com gravura, 1898-1901, ed. Hotel Lisbonense, gravura Francisco Pastor. Biblioteca Municipal
  • Postal colorido manualmente 1905, ed. de Dias & Paramos, cliché de Júlio Paramos. Biblioteca Municipal
    Postal colorido manualmente 1905, ed. de Dias & Paramos, cliché de Júlio Paramos. Biblioteca Municipal

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O renascer do velho Grand Hotel das Caldas

Para não desiludir a busca de recordações, vários objectos do hotel original encontram-se expostos à entrada, em módulos de prateleiras que exibem loiças, livros e recortes de jornais das Caldas e que servem também para proteger quem está no bar dos olhares de quem entra e sai movido pela curiosidade.

Mas, entre a traça original e esses objectos cedidos como memorabilia do hotel, pouco mais resta da velha unidade. Toda a estrutura interior foi repensada e redecorada, conferindo ao hotel um ambiente moderno, embora com traços clássicos impostos logo pela iluminação prestada por imponentes candeeiros de cristal.

Sempre sem descurar o conforto ou o "atendimento personalizado" que esta unidade almeja, afiança Sofia Nogueira. "No fundo é um quatro estrelas que pretende oferecer um serviço de cinco estrelas", apostando sobretudo na qualificação de quem trabalha no hotel, a maioria proveniente do pólo das Caldas da Escola de Hotelaria e Turismo.

Passado o teste da arte de bem receber - a franca simpatia é sabiamente usada quer com os hóspedes, logo no balcão de check-in, quer com clientes externos que ocupam todos os dias as mesas da esplanada ou os sumptuosos e coloridos cadeirões que arrumam o bar de forma simétrica -, a premissa de conforto é posta à prova já no quarto, um espaço que, não sendo muito grande, é suficientemente amplo para suportar a mescla entre tons terra e ouro sem se tornar claustrofóbico.

Enquanto a casa de banho, pequena mas funcional, foi esculpida sob a simplicidade do preto e branco, pelo alcatifado espaço de dormir são os materiais nobres que imperam - desde a madeira escura do mobiliário até aos apontamentos em pele: num sofá de canto, nas mesinhas de cabeceira, no encosto da larga e confortável cama ou nos banquinhos de apoio aos seus pés.

Uma pequena bancada em madeira presta-se a servir de espaço de trabalho - embora demasiado pequeno para se conseguir efectivamente trabalhar (compensou o facto de na esplanada se conseguir ter acesso sem fios à Internet e tomadas eléctricas para ligar o PC), enquanto os pesados cortinados, em tons negro e ouro, garantem a tranquilidade (prolongada) do sono ao mesmo tempo que batalham pelo protagonismo com um painel que evoca a proximidade do mar.

É nesta saudável disputa entre a agrura do mar e o luxo do ouro, que se adormece, entre lençóis alvos e macios e sob a bênção de Rafael Bordalo Pinheiro, cujas palavras gravadas e emolduradas sobre a cama poderão vir a ser adoptadas por muitos que aqui ficarem: "Muito agradecido à gentileza com que fui recebido nas Caldas."

Como ir
O hotel situa-se no centro das Caldas da Rainha, em frente do Parque D. Carlos I e junto ao Hospital Termal. De Lisboa, são cerca 90 km (A8 até à saída 17, para as Caldas); do Porto, são perto de 250 km (seguir direcção Aveiro pela A25 até saída para A8Lisboa; a saída para as Caldas é a 20).

Características
Os 80 quartos de 21,5 m2 e as oito suites de 35 m2 (dois dos quartos são adaptados a pessoas de mobilidade reduzida) são equipados com climatização, rádio, telefone, televisor LCD, Internet sem fios, ligação para fax e modem, secador de cabelo, minibar e cofre digital. O hotel inclui restaurante, bar, esplanada e duas salas de reuniões (uma para até 120 pessoas e outra para 12) e aposta tanto no segmento de famílias como no de negócios.

Nome
Sana Silver Coast Hotel
Local
Caldas da Rainha, Santo Onofre, Av. Dom Manuel Figueira Freire da Câmara
Telefone
262000600
Website
http://www.silvercoast.sanahotels.com/pt
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