Fugas - hotéis

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Os sonhos vão de comboio

Porta do quarto fechada, poderíamos estar em qualquer hotel: quarto e cama de tamanhos avantajados (a fazer inveja a muita unidade hoteleira estrelada), decoração sóbria - e, tal como pelo resto do hostel, com uma mistura de mobiliário vintage e contemporâneo - , casa de banho eficiente, ar condicionado, janela (no caso) com vista para corredor da estação de comboios. O que não há é mimos da hotelaria tradicional: não há TV, toalhas a rodos ou kits de higiene. Por outro lado, há detalhes únicos: a decorar uma escrivaninha, uma velha máquina de escrever. E que, para particular alegria deste jornalista-cobaia, funciona e tudo. Entre prováveis e esquecidos sonhos dos tempos em que dactilografávamos a notícia do dia seguinte, a manhã chega com uma certeza: não há ruído de comboio que aqui chegue para nos despertar.

Pelo hostel, já o mundo se encontra. Seguindo o corredor até à meca do pequeno-almoço, cruzam-se bons dias, good morningsguten morgens. E, neste hostel, temos direito a um despertar bem alimentado. Na cozinha comunitária, já se aprumam cereais, sumos, leites e café, pães, manteigas e geleias. E, muito especialmente, sente-se o cheirinho a panquecas a serem feitas à nossa frente. É só pedir e aparecem no prato, prontas a serem devoradas na sala contígua, onde uma imponente mesa feita de madeira em forma circular irregular desce do tecto e une todos os comensais. 

Além desta sala de refeições, da sala de estar e do terraço, o hostel aposta na contínua socialização dos seus hóspedes também com diferentes propostas de actividades e animação colectivas: seja ioga, barbecues, festas, noites de fado, workshops ou passeios. O resultado é que muita gente chega solitária e acaba por passar as férias em grupo de amigos. "Às vezes até pensamos que as pessoas já se conheciam antes de chegarem" - diz-nos Raquel Santos, assistente do hostel - "mas muitas vezes são pessoas que chegam sozinhas e que fazem logo amigos". "Os que ficam mais tempo acabam por formar quase uma família", sorri. 

E, aqui, a "família" pode até juntar-se na "praia" ou na "agricultura", graças ao imenso terraço sobre a estação, que cobre o hostel com chave de ouro e é decorado com dezenas e dezenas de girassóis artificiais que parecem nascer do chão-telhado. Para já, o terraço oferece bar, mesas comunitárias, lounge vertical para banhos de sol. Se tudo correr bem, há-de também ter piscina, garante João Teixeira. A um canto, outro mimo, uma horta urbana, composta por várias mesas onde já estão crescidinhos vários vegetais: ele é manjericão, hortelã, pimento laranja, tomilho limão, malagueta, etc., etc. Até os hóspedes se podem dedicar à arte de cultivar e usarem esta riqueza vegetal nas suas refeições. 

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Preços (por pessoa): em dormitório, os preços promocionais de época baixa podem começar em 12€ (em dormitório) e subir até cerca de 20€. Quartos privados desde cerca de 22€ a 30€.

A Fugas esteve alojada a convite do Beach Destination Hostel

Nome
Beach Destination Hostel
Local
Lisboa, São Paulo, Estação de comboios do Cais do Sodré
Telefone
917775524
Website
http://www.facebook.com/BeachDestinationHostel
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