Fugas - hotéis

  • João Cordeiro
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Este hotel é uma constante viagem

Por Carla B. Ribeiro ,

No Tryp entra-se e sai-se sempre em viagem. Ou não fosse este um hotel que tem como público-alvo passageiros em trânsito pelo aeroporto da Portela. Mas quer ir mais longe, propondo-se dar asas a histórias com Lisboa como cenário.

“Não queríamos que este fosse apenas mais um hotel de aeroporto”, garante à Fugas o director do Tryp Lisboa Aeroporto, Paulo Sassetti. E, precisamente por não querer entrar na lista de “apenas mais um hotel”, o grupo decidiu transformar este Tryp numa verdadeira viagem, fazendo jus ao trocadilho inglês que designa estes hotéis do grupo Hoti. E uma viagem muito lisboeta, muito portuguesa.

Assim que entramos, descobrimos logo como na prática se concretiza essa intenção de apresentar ao hóspede um pedaço da alma alfacinha: numa parede lateral, pode ler-se em várias línguas a frase “I’m in a Tryp in Lisbon”. A meia dúzia de passos, outras palavras impelem-nos novamente a viajar. Desta feita com Fernando Pessoa, para “ser outro constantemente”. Faça-se a vontade ao poeta e entre-se então nesta unidade com pele de um “outro”, a de turista, imaginando que se acaba de aterrar vindo de um longínquo ponto qualquer do globo.

A presença de Lisboa, de facto, sente-se, mas mais evidente é a constante evocação de motes da aeronáutica e viagem num hotel que se situa a uns parcos 150m do Terminal 1. Logo no hall de entrada, onde sob as nossas cabeças flutua uma réplica a encarnado vivo do primeiro aparelho a sobrevoar Lisboa: um Blériot XI que, a 27 de Abril de 1910, foi pilotado pelo francês Julien Mamet a partir do Hipódromo de Belém. O ambiente aeroporto continua sob os nossos pés, num tapete a negro e entrecortado com listas brancas a fazer lembrar uma pista de descolagem/aterragem. E, não podia deixar de ser, o check-in deste hotel em tudo se assemelha ao de um aeroporto: desde as fardas exibidas pelas funcionárias até ao pequeno e alto balcão. Já nas costas das anfitriãs, é visível a informação que qualquer viajante poderia desejar, incluindo os horários das próximas chegadas e partidas de voos. Só fica a faltar mesmo a balança para avaliar a bagagem.

No quarto, amplo q.b. para nos sentirmos à vontade, voltamos a experimentar a sensação de estar em viagem. Quer seja pelas mesinhas de cabeceira quadradas que imitam os antigos baús (nem os selos faltam) ou pelos pequenos aviõezinhos prateados que parecem levantar voo dos candeeiros. Outras referências ao tema encontram-se nos puxadores das gavetas, a lembrarem as pegas de uma velha mala.

Se para nós, acabados de chegar do centro da cidade, esta alusão ao universo aeronáutico parece interessante e muito engraçado, não se consegue deixar de pensar o que acharia o nosso “outro” imposto por Pessoa, aquele que é o turista sedento por esquecer o avião depois de horas infindáveis de espera e de voo.

Mas prossiga-se por este voo rasante sobre Lisboa. No bar, onde o balcão simula em forma e material a asa de um avião, um colorido painel que abarca toda a parede por trás volta a levar-nos ao centro da cidade. “A decoradora, Nini Andrade, queria pôr esta parede no mesmo material do balcão, mas eu não podia deixar”, conta o administrador do grupo Hoti Hoteis, Manuel Proença, enquanto explica o quanto gosta de se envolver na forma como os hotéis vão ganhando vida. Mas, ressalva, “claro que isso só foi possível graças à amizade” que tem com a decoradora. Conversamos num canto resguardado do bar e o espaço vai-se enchendo de amigos que ocupam o balcão enquanto aguardam pelo momento de passar à sala ao lado, um restaurante aberto a todos.

Nome
Tryp Lisboa Aeroporto
Local
Lisboa, Lumiar, Rua C - Aeroporto Internacional de Lisboa (Terminal 1 da Portela)
Telefone
707282707
Website
http://www.tryplisboaaeroporto.com/
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